Em entrevista recente, o respectivo jornalista dizia-me que de mim não deveria haver dúvidas quanto ao sentido de voto nas próximas Presidenciais.
Afinal de contas, para além da minha militância social-democrata, eu tinha pertencido aos Governos do Professor Cavaco Silva.
É verdade. Tenho honra nas duas situações, mas nenhuma delas é determinante na minha opção.
O que verdadeiramente norteou a minha decisão de apoiar inequivocamente o Professor Aníbal Cavaco Silva para Presidente da República, foi a situação do País e as candidaturas que estão apresentadas.
Mas a situação do País porquê, se o Presidente da República não tem competências constitucionais para a resolver?!
É justamente aqui que reside uma qualidade determinante em Cavaco Silva. Não por ter sido Primeiro-Ministro (Mário Soares, como é sabido, também foi); não por conhecer melhor do que qualquer um dos outros candidatos a real situação económica do País, mas fundamentalmente porque se apresenta com uma nova postura de acção do Presidente da República, naturalmente no respeito pelos limites constitucionais.
Nos tempos que correm, temos de ser realistas. Ou queremos um País que congregue vontades e capacidades para vencermos tempos de atraso, ou sentimos cada vez mais o nosso diminuto peso económico no contexto do fenómeno globalizante.
E mais uma vez, uma de duas. Ou nos queremos “entreter” na dialéctica económico-social, ou percebemos que para haver mais social tem mesmo que haver mais económico. E tudo isto, sem nunca esquecer, acrescentamos nós, o equilíbrio do território.
Sim, é este um grande desafio para o nosso futuro colectivo. Ao teimar-se no esquecimento das políticas públicas para ajudar a faixa interior de Portugal, não se está a fomentar a coesão nacional.
É para esta questão que também importa encontrar respostas adequadas e urgentes.
Ora tudo isto tem mesmo a ver com o modo como cada candidatura se apresenta aos Portugueses.
Com todo o respeito por Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã, que só disputam entre si qual terá mais votos, haverá alguma expectativa na votação da candidatura corajosa de Manuel Alegre. Mas quer esta, quer a de Mário Soares, são sempre as candidaturas de “ouvidor”, enquanto a de Cavaco Silva é a candidatura de “agente”.
É esta a questão nuclear destas eleições. Portugal precisa como nunca de um Presidente que sabendo ouvir, se assuma também como agente de desenvolvimento. E convenhamos que para isso não há mais tempo a perder.
Esta é pois a razão determinante que impulsiona este meu testemunho, o meu apoio e o meu empenho na eleição do Professor Cavaco Silva como o próximo Presidente da República.
Mais do que militantes ou simpatizantes dum partido político, agora o que mais importa é distinguirmos pelo País.
Por: Álvaro dos Santos Amaro *
* Presidente da Câmara da Gouveia