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O meu lugar é um ramo

o meu lugar é um ramo

um ramo onde se possa andar

andar de modo firme e viril

viril como o ramo que pode partir

partir em parte ou por todo

todo suspenso no ramo ando

andando para um fim claro

o fim do ramo onde me balanço

e balanço o corpo nos passos

que dou a caminhar no ramo.

Deixa-me chegar ao fim

deixa-me cair e sentir a falha

o espaço que vai de mim

ao eu que eu me queria

nessa zona que é uma lacuna

lacuna que é uma fronteira

entre vida minha e vida vivida

entre impossíveis e garantias

entre sonhos e dissonâncias

entre realidade e vontade

o meu lugar é um ramo

um ramo onde caminho só

só comigo e minhas ideias

ideias que me surgem soltas

soltas como as folhas do ramo

ramo frágil e suspenso

suspenso quebrado do peso

peso do sentir teso e denso

ideias soltas que são fronteiras

vida embutida na realidade

Caio? Não caio?

Rumo ao vazio no ramo?

Não caio nem rumo

porque o ramo é o meu

espaço e o meu destino.

Por: Diogo Cabrita

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