Abriu uma loja de prestar cuidados com as regras de higiene cumpridas. Tem toalhas de papel, tem sabão líquido, tem células fotoeléctricas que acendem luz e disparam o autoclismo. Aqui há circuitos de sujos e circuitos de limpos separados. A comida não cruza com as arrastadeiras. A loja tem cuidados de segurança com a presença de portas corta fogo, com a presença de sinalética fácil e legível, bons indicadores luminosos dos pisos e portas de saída. Não há portas trancadas por dentro. O Manuel fez uma instalação certificada pelo Kings fund e cumprindo as normas ISO 9000 para a Saúde. O pacote está pleno de qualidades. E porque é que as pessoas não se dão por satisfeitas na loja do Manuel? Porque aquela loja de saúde não tem pensos, não tem meios auxiliares de diagnóstico e não contratou os bons médicos que por lá já passaram. Agora o povo vai à loja, transfere-se para uma unidade próxima se está doente e leva umas indicações para os seus problemas. Há médicos bem fardados, com excelente aparência, mas não metem dedos no rabo, não olham o fundo das gargantas, não mexem nas feridas sujas dos clientes. Lavam as mãos entre dois doentes, pedem exames que se realizarão em empresas externas aos serviços e depois em consulta verão os clientes e os exames. Eles serão certificados em breve pela “joint comission”. A loja do Manuel saúde é um espanto. O método Manchester foi levado ao extremo. Os doentes vestem a cor por que são triados – colocam-se coletes amarelos, laranjas, verdes e azuis e depois vão todos transferidos nos minibuses para as instituições de referência. A triagem vai feita e foi auditada com distinção pelo IQS. A loja do Manuel saúde cumpre os princípios mas não faz o fim para que foi criado e por essa razão é um “flop” e vai falir.
Por: Diogo Cabrita