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O levantar do véu de uma grande equipa desportiva

Depois dos Nacionais de rali e de trial, ADRC/ARC prepara-se para o todo-o-terreno

Autores de excelentes resultados desportivos nas últimas épocas, os principais elementos da equipa ADRC/ARC juntaram-se recentemente nas instalações da Auto Ramiro, em Aguiar da Beira. A estrutura base dos projectos assenta na competência das pessoas que lideram os vários sectores do «laboratório», segundo Albano Loureiro, gestor e homem que “segura ” as rédeas do projecto ARC, que é «uma mais-valia» no sucesso das várias equipas.

Neste momento, a equipa de Aguiar da Beira dispõe de três viaturas de competição, mais duas para treinos, todas elas “feitas” na oficina da Auto Ramiro. Por exemplo, a viatura de Augusto Ramiro, o Peugeot 206 que esta temporada disputou o respectivo troféu no campeonato Nacional de Ralis, não teve qualquer problema mecânico, uma situação realçada com algum orgulho pelo piloto, que ficou «muito aborrecido» com algumas situações menos boas que lhe foram acontecendo nesta temporada. O caso mais grave ficou a dever-se ao facto de ter sido impedido de participar na prova de Viseu porque o seu co-piloto não tinha uma das vacinas em dia. Uma contrariedade que o levou a desistir de participar na última prova do campeonato, disputada no Algarve, porque «o retorno seria zero em termos competitivos», refere, sem esconder que foi também a forma encontrada para demonstrar o seu desagrado pela maneira como a sua equipa foi tratada.

Quanto à dupla Pedro Patrocínio e José Albano, participou com o seu Jipe Mercedes Benz no Nacional de Trial 4×4 e no Troféu de Trial 4×4 (Resistência e Trial), mais vocacionado para a velocidade. Esta última prova, organizada pela primeira vez, teve três etapas, duas das quais foram ganhas pelos aguiarenses, que foram segundos na outra. Para a próxima época, o Troféu terá o dobro de provas, isto para satisfação de Pedro Patrocínio que se sente «mais virado para as provas de velocidade». Quanto ao Nacional de Trial 4×4, a equipa entrou com vontade de tentar revalidar o título de campeão, mas a falta de sorte e algumas irregularidades verificadas ao longo da temporada não permitiram que a dupla trouxesse novamente para Aguiar da Beira a taça de Campeões, sendo segundos por apenas dois pontos. Segundo Albano Loureiro, esta competição foi pautada por regulamentos «muito duros», considerando mesmo o campeonato «ilegal», o que pode inviabilizar uma próxima participação da equipa no Nacional da especialidade em detrimento do Troféu de Trial 4×4.

Para o futuro, a ADRC/ARC tem nos seus horizontes entrar no Nacional de Todo-o-Terreno, dispondo já de uma Nissan Navarra. Mas a ideia é colocar duas viaturas a disputar aquele campeonato. No entanto, «tudo não passa ainda de uma muito provável hipótese», adianta o responsável, sublinhando que os patrocínios são «muito difíceis de garantir», entre outras coisas. Recorde-se que a ADRC/ARC é a única equipa existente no distrito da Guarda para o desporto de quatro rodas, sendo que o seu «grande mentor e motor» é o pai dos dois principais pilotos. Ramiro Patrocínio participou em 1983 e 1984 no Nacional de Ralis na classe de iniciados e confessa que esta iniciativa se deve, «pura e simplesmente, ao gosto pelos automóveis». De resto, a ADRC/ARC terminou na quarta posição das 24 Horas de Fronteira, no Alentejo, que contou com a “nata” dos melhores pilotos de resistência todo-o-terreno, num total de 82 participantes. A equipa foi constituída por Augusto Ramiro, Pedro Patrocínio, Ramiro Patrocínio e Pedro Pinto, o novo piloto que deverá disputar o Nacional de Todo-o-Terreno, sendo a segunda melhor dos portugueses, atrás do conhecido Paulo Marques.

Pedro Sousa

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