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O “leão da Serra” fez tremer a “águia”

Sporting da Covilhã foi eliminado da Taça de Portugal mas ofereceu excelente réplica a um Benfica sem as suas principais referências

A noite até estava amena e bastante agradável mas não foi por isso que o Benfica deixou de tremer na visita ao Sporting da Covilhã. O campeão nacional e detentor da Taça de Portugal atraiu mais de sete mil espectadores que não tiveram a oportunidade de ver as habituais primeiras escolhas do técnico Jorge Jesus no relvado do Complexo Desportivo na noite do último sábado. A equipa serrana foi eliminada da “prova rainha” do futebol nacional mas caiu de pé e ainda chegou a acreditar que podia ser um “tomba-gigantes”.

O jogo começou com uma grande festa nas bancadas e praticamente com o Benfica em vantagem. Aos 32 segundos, Tiago Moreira e Ola John disputaram um lance na área serrana com o extremo holandês a cair e o árbitro a assinalar penálti, transformado em golo por Jonas. Nas bancadas pensou-se que a formação encarnada tinha aberto o caminho para um triunfo tranquilo. Puro engano, pois aos 8 minutos, Tatui “descobriu” Traquina na direita que fugiu a Benito e se isolou frente a Artur que nada pôde fazer perante o “chapéu” perfeito com que o talentoso extremo do Covilhã o presentou. Estava feito o empate para desespero do técnico benfiquista que, aos 24’, sofreu mais uma contrariedade com a saída por lesão de Ola John. Aos 30’, Taborda negou o segundo golo visitante a Pizzi, que no início da carreira chegou a representar o Sporting da Covilhã. Volvidos seis minutos, o experiente guarda-redes covilhanense voltou a segurar o empate ao sacudir para canto um remate em arco do jovem Gonçalo Guedes. A três minutos do intervalo, Traquina cobrou um livre na direita para a área onde Erivelto aproveitou uma falha de marcação dos centrais contrários para subir mais alto que toda a gente e cabecear para o 2-1, despoletando uma enorme festa dentro e fora do campo.

Em desvantagem, e sem grandes soluções no banco, Jorge Jesus acreditou nos jogadores que tinha em campo e os minutos seguintes deram-lhe razão. Com um grande passe do meio-campo, o italiano Cristante “descobriu” Jonas na grande área que não sentiu dificuldades para desviar a bola de Taborda, restabelecendo o empate. O Covilhã continuou a discutir o jogo, até que, aos 70’, Pizzi teve uma arrancada pela zona central, aproveitou a passividade da defesa serrana e serviu Jonas que atirou rasteiro para o 3-2, assinando, assim, o seu primeiro “hat-trick” com a camisola do Benfica. Só nesta altura é que os adeptos benfiquistas, em grande maioria nas bancadas, se ouviram. A partir daqui, a equipa da casa ainda tentou reagir e chegar novamente ao empate, mas nunca voltou a conseguir importunar verdadeiramente a defesa contrária. Ainda assim, nos últimos minutos, os atletas visitantes aproveitaram para “queimar” tempo, retardando muitas vezes a reposição da bola em jogo.

No final do encontro, Francisco Chaló elogiou a exibição da sua equipa: «Quando se pensava que estava tudo decidido com aquele penálti no primeiro minuto o caráter e a alma da equipa vieram ao de cima e fizemos suar o Benfica. Fizemos um bom jogo. Fomos uma equipa com capacidade de organização e muito dinâmica. Cometemos erros que podiam ser evitáveis», salientou o treinador do Sporting da Covilhã. Um dos destaques da equipa serrana, autor de um golo e de uma assistência, Traquina confessou ter ficado «feliz» com a sua prestação individual mas ao mesmo tempo «um bocado frustrado por não ter sido o suficiente para ajudar a equipa a conseguir a vitória». Pelo lado do Benfica, Jorge Jesus mostrou-se satisfeito por ganhar numa «cidade bonita que nos recebeu muito bem» e frisou que apresentou uma equipa que «não está muito rodada», pelo que já previa que «fossemos sofrer durante alguns períodos», elogiando o «lado direito do Covilhã que, enquanto teve força, nos criou alguns problemas».

Ricardo Cordeiro Traquina já se antecipou a Benito e vai marcar o golo do empate do Covilhã

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