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“O Juiz da Beira” regressa ao palco do Festival Y

Escola da Noite volta a apresentar espectáculo que trouxe no ano passado, enquanto a dança de Cláudia Dias está em cena na terça-feira

Crentes que ainda se pode aprender muito com a obra vicentina, a Escola da Noite, companhia sedeada em Coimbra, sobe hoje ao palco do Festival Y, em Castelo Branco, com a mesma peça que trouxe no ano passado. A aula prática “O Juiz da Beira”, escrita por Gil Vicente, fala de Pêro Marques, um homem simples que foi feito juiz à pressa para julgar a queixa de Ana Dias contra o filho de Pêro Amado, a quem acusa de ter violado a filha.

Violação, lenocínio, burla e partilhas são alguns dos temas focados nesta farsa escrita por Gil Vicente. A alcoviteira Ana Dias é quem mais vezes se senta no banco dos réus, mas há ainda o julgamento de quatro irmãos: Preguiçoso, Bailador, Amador e Brigoso, que disputam o asno que o pai lhes deixou em herança. Com encenação e dramaturgia de António Augusto Barros, a peça tem encantando miúdos e graúdos graças ao ritmo movimentado e à linguagem moderna em que foi concebida. O objectivo é mostrar a todos que Gil Vicente não é uma chatice e que ainda é possível surpreendermo-nos com a sua obra, o que tem sido conseguido dada a adesão que a peça tem granjeado em Coimbra e noutros locais do país. O segredo está em dar “uma aula prática” sobre Gil Vicente e os termos usados na época, construindo um espectáculo moderno e adequado aos tempos actuais. “O Juiz da Beira” foi representado no ano passado na Covilhã e está agora de regresso mas no palco do Cine Teatro Avenida, em Castelo Branco, às 11 e às 21h30 de hoje. A interpretação está a cargo de António Jorge, Carlos Marques, Margarida Dias, Marta Gorgulho, Ricardo Correia, Sílvia Brito e Sofia Lobo.

Na terça-feira é a vez de Cláudia Dias apresentar o espectáculo de dança “As três figuras do excesso”. Esta criação resulta de um exercício de confirmação e de abandono de pressupostos relacionados com o corpo social e o respeito pelos tempos reais das acções. O teatro e as novas tecnologias audiovisuais marcam a coreografia de Cláudia Dias numa performance construída a partir da residência artística efectuada no Centro de Estudos de Novas Tendências Artísticas (CENTA), realizado recentemente em Vila Velha de Ródão. O espectáculo inicia-se às 21h30 no Teatro-Cine da Covilhã.

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