As portas da música abriram-se pela mão do avô paterno. Adriana Neves tinha apenas três anos quando começou a tocar órgão, seguindo-se a guitarra e algumas tentativas “falhadas” pelo meio, como o acordeão. «A música era um hobby, uma diversão, ainda é um pouco assim», confessa a jovem, que teve aulas de guitarra aos 12 anos: «Fui contrariada e saí pouco depois; só nessa altura comecei a gostar realmente de tocar», admite a guardense.
Hoje com 18 anos, a jovem divide-se entre a Guarda e Lisboa, onde estuda Psicologia e ensaia com a sua banda, os Ground Control. «A minha avó diz que canto desde “pequenina”, mas não me lembro. Nunca tive aulas, sempre foi por observação, mas continuo a ter muito que aprender», considera. A sua voz fez-se ouvir na Guarda, mas os grupos em que participou não chegaram aos palcos: «Participei em “aspirações” a bandas, mas nem eram de garagem, eram de sótão», brinca.
Tiago Ramos, pianista dos Ground Control, ouviu-a numa gala da Associação Juvenil Gustavo Filipe (Vila Nova de Foz Côa) e chamou-a para tocarem juntos. Depois de alguma «incerteza», Adriana mudou-se para Lisboa, onde o colega já estava, e «juntei o útil ao agradável», afirma. A banda ganhou forma mas, entre ensaios e alterações, só terá o primeiro “grande desafio” em agosto, ao pisar o palco do Festival da Juventude fozcoense. «Eu e o Tiago temos raízes na região e continuamos a dar valor à “terrinha”. Quem organiza o festival em Foz Côa também está fora mas quer dinamizar e voltar às origens», destaca.
Os Ground Control viajam por vários estilos e tempos, mas os originais podem chegar em breve, de olhos postos no Festival Ibérico Música Jovem (Seia). «Não temos um estilo fixo, mas os originais devem tender para o rock», adianta Adriana. «A música tem sido um extra, era muito bom conseguir fazer dela uma profissão, mas é utópico pensar nisso», considera. Os concursos televisivos não estão no horizonte da jovem, que diz não estar muito preocupada com a «imagem»: «O importante é gostarem do que fazemos enquanto banda e do que tento fazer como vocalista», realça.
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Sara Quelhas