P – Ficou surpreendida pelo convite para suceder a Bernardino Gata?
R – Não. Estou há dez anos no Inatel, sou licenciada na área de Gestão e até aqui estive no atendimento ao público. Devo dizer que adoro atender o público. Mas claro que atingir o topo da carreira é algo que todo o licenciado ambiciona. Tenho uma noção muito grande daquilo que é o Inatel no distrito e, apesar da minha área ter sido sempre a do Turismo, também dei apoio aos sectores cultural e desportivo.
P – Quais os principais projectos que quer implementar?
R – O Inatel está em fase de mudanças a nível nacional. Antes era instituto público e agora é uma fundação, ou seja, passou a direito privado de utilidade pública. Como tal, tem a vertente comercial, o que significa que é uma empresa. Tive uma reunião há dias na Foz do Arelho, com a direcção e os restantes colegas, e devo dizer que, neste momento, está tudo muito em estudo no que diz respeito a projectos para o futuro.
P – Avizinham-se então grandes mudanças na agência da Covilhã…
R – As mudanças vão ser muito “drásticas”. O Inatel está aí para competir com o restante mercado de agências de viagens e preocupa-se bastante com a auto-sustentabilidade financeira. Neste momento ainda tem a comparticipação do Estado, nomeadamente uma receita fixa da Segurança Social e uma parte que vem da Santa Casa da Misericórdia, com os resultados dos jogos. Estas verbas estão a diminuir e, portanto, é lógico que o orçamento do Inatel também diminua.
P – Como pensa gerar as receitas necessárias?
R – Os directores de agências vão ser responsabilizados pelas receitas e pelas despesas e vai haver um controlo muito grande nessa área. Cabe-me a mim aumentá-las. Foi, aliás, o que fiz ao longo dos anos, porque a minha função era vender. Há que vender, aumentar o mercado e crescer. O futuro do Inatel passa por saber aumentar receitas e isso consegue-se com a venda de produtos e serviços.
P – E os subsídios às colectividades?
R – Sinceramente, ainda não sei muito bem com o que conto em relação a isso. Aguardo novas indicações da direcção, mas vai haver uma alteração profunda. Não se vai dar dinheiro a toda a gente, porque passa a haver um critério de selecção tendo por base questionários, que serão analisados.
P – A nível cultural, quais as principais iniciativas previstas?
R – Estávamos a prever fazer este mês o Festival de Cinema da Covilhã, mas não será possível, também por causa destas alterações para fundação, que provoca atrasos. Mas prevemos fazê-lo até final do ano. Tenho este caderno para estudar nos próximos dias e para ter uma ideia mais concreta da realização ou não do festival. Em princípio, a iniciativa é para continuar.
P – A nível desportivo, a Covilhã prepara-se para receber este mês, nos dias 23 e 24, o campeonato nacional de provas combinadas de atletismo da légua e dupla légua. Quantos atletas vai envolver?
R – É uma prova de âmbito nacional, que já não é a primeira vez que se realiza na nossa cidade. O ano passado envolveu 150 atletas, desta vez apontamos para um número idêntico.
P – Quantos sócios tem a agência da Covilhã?
R – Eu trabalho com números do distrito. Temos 3.131 associados, ou melhor, beneficiários, que é a nova designação. No futuro este número tem de crescer. Este foi, aliás, outro dos aspectos da intervenção do nosso presidente na reunião de há dias. Só o conseguiremos fazer se houver outras iniciativas do Inatel, porque aquilo que hoje se dá ao beneficiário é muito pouco. Queremos dar muito mais e acredito que esta direcção vai promover muitos programas novos.
P – Que programas são esses?
R – Há que criar novas ofertas, que passam por protocolos com outras entidades. Há estudos em curso em relação à banca, às seguradoras e uma série de entidades a nível nacional, de forma a não só dar mais benefícios aos beneficiários, como também para se criarem novos programas em termos do Inatel. E estão a ser estudados programas novos, governamentais, referentes ao turismo sénior e ao termalismo.