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«O futuro do associativismo da Covilhã passa pela união das suas coletividades»

Cara a Cara – Elias da Luz Riscado

P – Qual é a situação financeira da coletividade?

R – Tendo em conta a situação económico-financeira e a conjuntura que o país atravessa, ainda assim a atual situação financeira do Grupo Desportivo da Mata está estável, na medida em que não temos dívida. Não obstante, as receitas de que dispomos mensalmente são canalizadas para despesas correntes, o que condiciona a realização de algumas atividades e não permite a renovação da sede, que é uma das prioridades no momento.

P – Está de boa saúde?

R – O Grupo Desportivo da Mata está de boa saúde, mantendo-se equilibrado à medida que os anos vão passando. Naturalmente que todas as coletividades têm bons e menos bons momentos, pois os altos e baixos fazem parte da história.

P – Em termos associativos, quantos sócios e colaboradores tem?

R – Esta coletividade conta atualmente com aproximadamente 1.000 associados. A direção é composta por 11 diretores, todavia nas variadas secções temos cerca de 80 colaboradores internos e externos que dinamizam a coletividade.

P – Quais as principais áreas nas quais tem apostado?

R – As principais áreas nas quais temos apostado são o desporto, nomeadamente o futsal, poll, montanha e BTT, assim como a cultura, com a realização de diversos eventos como concertos, tertúlias, fóruns de debate, jogos tradicionais, entre outros. Um dos projetos pioneiros é também a Rádio GDM, que funciona com diversos programas musicais e de debate.

P – Considera que é uma coletividade inovadora?

R – Em termos gerais, o Grupo Desportivo da Mata tem vindo a ser uma coletividade inovadora. A atual direção tem vindo a conciliar inovação com tradição. Por exemplo, pretendemos trazer de novo à Covilhã as marchas populares, contudo, consideramos que as mesmas não terão sucesso nos moldes em que eram organizadas anteriormente. É nesse sentido que trabalhamos para a conciliação entre inovação e tradição, pois algumas coisas que se perderam só fazem sentido hoje de uma forma inovadora. Outro exemplo de inovação é a nível do futsal, concretamente a união entre o GDM e a AAUBI, formando apenas um clube, visando um objetivo comum. É necessário reforçar que a equipa diretiva do GDM consegue estabelecer um debate intergeracional perfeito, uma vez que tem muitos jovens, dispostos a abraçar o desafio do associativismo, conciliados com a experiência dos diretores mais antigos.

P – Quais os projetos que vão desenvolver a curto e médio prazo?

R – A nível da estrutura base de qualquer coletividade, o trabalho em prol dos associados, pretendemos apostar na formação e educação, bem como na ação social através de iniciativas que melhorem o bem-estar e a qualidade de vida dos nossos associados.

Para além de todas as modalidades desportivas de que dispomos atualmente, há a possibilidade do arranque de mais algumas modalidades. Na parte cultural pretendemos ainda reativar o grupo musical “Fusos e Rocas”, bem como o grupo de teatro. A nível de associados, pretendemos trazer mais sócios para a coletividade, nomeadamente na camada mais jovem, pois são eles o futuro das associações e também do país. No que diz respeito à estrutura física, pretendemos requalificar a sede social, uma vez que carece de intervenção a curto médio prazo.

P – Atualmente, como vê o movimento associativo na cidade da Covilhã?

R – Considero que o movimento associativo na cidade da Covilhã já foi muito mais acentuado em termos de participação do que atualmente. Vivemos tempos de crise e essa crise chega também às coletividades. Todos sabemos que o associativismo é um dos agentes sociais que funciona como pilar básico no concelho da Covilhã, marcadamente caracterizado pelo movimento associativo. Não obstante, os desafios do tempo presente exigem a revitalização da massa associativa do concelho, sendo que o futuro passa pela união e pelo trabalho conjunto de todas as coletividades em prol dos cidadãos da nossa cidade. É nesse sentido que defendo a criação de uma comissão/federação representativa das coletividades do concelho, tendo em conta que, de forma geral, todas passam pelos mesmos problemas. Então, porque não partilhá-los e debatê-los para que, em conjunto, possamos encontrar as soluções ideais para cada uma delas. Para tal, e inserida nas comemorações do 53º aniversário do Grupo Desportivo da Mata, vamos dinamizar o I Encontro Associativo da Covilhã no dia 27 de setembro, pelas 16h na nossa sede. O moderador deste primeiro encontro será uma figura externa ao GDM, bem como a todas as coletividades, para que o objetivo seja alcançado com sucesso da forma mais transparente e democrática possível. Contamos com a presença dos dirigentes associativos do concelho para que juntos possamos ir mais longe.

P – Acha que nos últimos anos de crise as coletividades têm conseguido dar resposta efetiva aos moradores das suas zonas?

R – Em primeiro lugar, considero que as coletividades não devem estar apenas direcionadas a trabalhar para e em prol dos bairros onde estão inseridas, mas sim para a cidade. Nesse sentido, um dos objetivos primordiais do Grupo Desportivo da Mata é a sua abertura à sociedade civil, a todos os cidadãos da Covilhã. As portas da nossa sede estão abertas a todas as pessoas, desde que venham por bem, seja para colaborar connosco ou simplesmente para pedir ajuda. Estamos sempre disponíveis a ajudar. Obviamente que estamos atentos à realidade do bairro que nos rodeia e nesse âmbito tentamos sempre ajudar todas as pessoas que identificamos em situação de carência, não obstante, pedimos que não se isolem em casa e procurem a nossa ajuda. Com vontade, há solução para todos os desafios. De forma geral, creio que as coletividades fazem um trabalho de proximidade à população e, nesse sentido, conseguem de forma mais rápida dar resposta aos moradores das diversas zonas onde as coletividades estão inseridas.

P – O que é que tem feito nesse sentido?

R – Existe um dia e hora específica em que estou na sede do GDM para receber os associados que pretendam conversar, dar sugestões, colaborar, enfim, para o que for preciso. Para além disso, oferecemos um leque de variadas atividades em diversas áreas, tais como desporto, cultura, educação e formação, saúde, lazer, por forma a melhorar o dia-a-dia dos nossos associados.

Elias da Luz Riscado, presidente do Grupo Desportivo da Mata

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