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O encerramento da maternidade da Covilhã

(…) Estou incrédulo! Na passada sexta-feira li na imprensa regional que há movimentações por parte de pessoas ligadas ao Partido Socialista no sentido de encerrar a maternidade do Hospital Pêro da Covilhã, deixando as dos hospitais de Castelo Branco e Guarda em funcionamento. No início pensei que tal notícia não era mais que mera especulação, mas, segundo consegui apurar, parece que o encerramento da nossa maternidade é uma possibilidade bem real. Se tal ideia, a concretizar-se, não fosse de uma gravidade extrema para a Covilhã e para a região, seria simplesmente ridícula.

(…) é um erro crasso o encerramento de várias maternidades, e outros serviços, por esse país fora. Tal situação é tão mais caricata quando o governo se desdobra em acções de propaganda e marketing político. Eles são planos tecnológicos, Ota’s e TGV’s, no entanto encerram-se serviços essenciais para as populações. (…) o encerramento das maternidades contribuirá para que os graves problemas da distribuição da população e das assimetrias quase terceiro-mundistas, no referente aos níveis e à qualidade de vida, entre a faixa litoral e o restante território continental, se agudizem contribuindo assim para que nos afundemos mais e mais, lentamente, até que o desespero tome conta de todos nós.

Uma sugestão: porque não encerrar definitivamente todas as maternidades e só deixar a funcionar a maior do país? Deixem unicamente a “Alfredo da Costa” aberta para que no B.I. dos futuros portugueses conste a naturalidade de S. Sebastião da Pedreira! Vamos de certeza voltar ao tempo das parteiras de aldeia. A isto sim, chama-se evolução tecnológica.

Concretamente sobre a maternidade da Covilhã, todos os estudos da Comissão Nacional de Saúde Materno e Neonatal realizados a pedido do Ministério da Saúde são unânimes em defender a sua manutenção. Idêntica posição teve a Ordem dos Médicos. Então quais serão as razões evocadas pelo actual governo para pretender fazer o contrário (…)? Como já disse, e bem, o presidente da câmara, Carlos Pinto, não passa pela cabeça de ninguém (…) encerrar uma maternidade de um hospital universitário e que é um serviço extremamente bem equipado e com excelentes técnicos. Quererá porventura o Eng. José Sócrates ser o responsável máximo pelo encerramento da maternidade da sua cidade? Senhor primeiro-ministro desde já lhe digo, frontalmente, que não deixaremos que tal aconteça. Ninguém calará a nossa voz e o nosso veemente protesto. Estaremos todos juntos nesta luta, a bem da Covilhã e da sua região.

Luís Miguel Dâmaso, vice-presidente da JSD Covilhã

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