Apesar de ter suspendido recentemente as funções de presidente da Câmara da Covilhã para assumir, por dois meses, o lugar de deputado do distrito pelo PSD na Assembleia da República, Carlos Pinto fez questão de marcar presença nas comemorações do 25 de Abril. Desempenhando as funções de deputado, não despiu a “camisola” de autarca e fez questão de usar a palavra em todas as inaugurações. E muitos o trataram assim.
O social-democrata foi o protagonista, deixando para segundo plano Alçada Rosa, que o substituiu no cargo enquanto se mantiver na Assembleia da República, deixando-lhe apenas a assinatura dos protocolos e contratos que foram rubricados na segunda-feira. No entanto, e apesar dos pedidos para que continue a liderar a Câmara no próximo mandato, Carlos Pinto só comunicará a sua decisão «na primeira semana de Junho». Mas apesar do silêncio, são cada vez mais aqueles que acreditam na recandidatura. E se dúvidas houvesse, muitas ficaram dissipadas com o discurso que o social-democrata proferiu durante o lançamento da primeira pedra do complexo termal de Unhais da Serra, talvez a pensar nas próximas autárquicas. «Disseram que sou deputado, e sou. Disseram que era presidente da Câmara da Covilhã, e também o sou», esclareceu aos unhaenses, acrescentando que ser autarca é «um cargo que muito me honra como cidadão da Covilhã».
Carlos Pinto falou depois dos investimentos que têm sido efectuados no concelho, como o Parque Industrial do Tortosendo e o Parkurbis, e dos vários sonhos que ainda perspectiva para a Covilhã, caso do teleférico de ligação ao maciço central da Serra da Estrela ou o aeroporto regional. «Habituei-me na Câmara da Covilhã a falar de muita coisa, que quando escutam parecem sonhos. Mas estou convencido que vamos ter um aeroporto regional», frisou, bastante empolgado. Desejos que deixam antever que irá candidatar-se a um novo mandato na autarquia para que a Covilhã continue a linha de progresso. O deputado-presidente aproveitou ainda para atacar o PS e o PCP da Covilhã por terem estado contra a entrega da concessão das águas termais de Unhais a uma empresa privada, revelando a felicidade de ter havido «líderes na Câmara e nas empresas que souberam, de longe, o que era fundamental para esta terra».
Já o PS continua sem anunciar o seu candidato à Câmara da Covilhã. O cenário parece estar complicado para os socialistas, ainda para mais quando denunciam uma dívida da Câmara superior a 91 milhões de euros. Pelo que “O Interior” apurou, Jorge Patrão e Rui Moreira, dois nomes mais apontados na sede do partido, não estarão dispostos a concorrer. Na praça, continua a apontar-se ainda Jorge Pombo e até Victor Pereira. Já a CDU só deverá apresentar o candidato em Maio.
Liliana Correia