A opção é uma decisão que acarreta exclusões, sendo que isso obriga a escolher entre processos alternativos, entre métodos distintos, entre discursos, optar entre pessoas. A fidelidade é um modo de ficarmos condicionados a uma escolha, é o custo da oportunidade no casamento, no escritório, no clube, no partido político, na votação do grupo. Por tudo isto o custo pode ser muito alto e pode não ser justificado. Escolher, e trair a opção, tem a ver com a valoração que se faz da escolha.
Uma mãe ama igualmente os quatro filhos? Uma mãe distribui de modo igual o carinho e a preocupação? A partilha dos sentimentos é genuinamente equitativa? Chorará mais por um que por todos os outros?
Então é aceitável estar numa bancada e votar com outro partido determinadas matérias?
E podemos ser do clube e querer o treinador dos outros? E ter um partido e sonhar que o liderava um competidor? Claro que penso afirmativamente tudo isto. A mãe ama igualmente os filhos, como pode amar mais de uma pessoa e desejar mais que um homem. E o político do PS pode e deve admirar vários dos seus adversários a bem da democracia, e pode concordar com opiniões díspares das do seu grupo. Claro que o custo da oportunidade, como todos os preços, tem a ver com o valor pago e a retribuição conseguida. A justiça da valoração é que determina a fidelidade.
Por: Diogo Cabrita
