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O crepúsculo dos deuses…!

(do superavit ético ou do seu deficit, ou falta … desculpem lá a abstração)

Vivemos na contemporaneidade, ou damos conta, de equívocas posições, interpretações, subjetivações singulares, e quiçá… verdades, ou o contrário se quiserem, falsidades… tudo menos unívocas, vinculísticas de alguma, perdoe-se-nos,… pelo menos incómoda, ou insólita, incongruência.

Mas esses seres superiores, que tentam vender uma imagem superior de segurança nos gestos e intervenções aos diversos níveis que a vida os obriga a explicitarem-se, parecem afinal revestir-se dessa aparência de categorização ôntica que à mais pequena demonstração cai sem qualquer força exterior que a perturbe, ou impulsione, em implosão quase que imanente, … tal o vazio e fragilidade de pressupostos em que se suportam, qual castelo de cartas.

Pensamos nós que servir…. é, devia ser, o ato mais nobre do homem, mas servir exige a humildade refletora do modelo que não se vê por aí espelhado.

E de forma pouco cordial, donos da polis, desrespeitosos e em defesa da pose quanto baste.

Restringidos ao grupo, tentam convencer os outros de eventual superioridade, com a forma arrogante e potestiva que o poder lhes confere, com que normalmente se apresentam no esforço da preservação da dita imagem, esquecendo-se que o progresso (nomeadamente espiritual, é um desafio a todo o homem) e social porque cabe a todos sem exceção, aos que trabalham… mas igualmente àqueles que procuram o trabalho e o não encontram, e que este Estado, em vez de mais social, se torna mais associal, sempre de olhar inquisitivo perante qualquer crítica, mormente de estranhos e intrusivos, como esses tais de forma arrogante e orgulhosa ousam expressar-se.

Não resistem porém a um olhar mais atento que assente na sabedoria e na observação exigente e serena.

Daí a afronta das enormidades que o esmagamento e desprezo para com os outros expressam.

Dirão Vossas Excelências (concedem-me a honra de me vos dirigir?)… não vem daí grande mal ao mundo, …ignore-se tal.

Porém, condescendo, mas sem prescindir… sempre achamos que a sua intervenção à cause de… se situa e pode desrespeitar deveres éticos exercidos com discriminações, com preferências, porventura decorrente de extenuante tarefa, que deveriam não digo justificar excluir, mas digo prejudicar a sua presença no rol das ditas figuras indispensáveis, primeiras figuras a elencar para missões em que podem reencarnar novo papel, embora numa peça idêntica, e a representar no mesmo palco, depois de posições pouco afinadas por racional razoabilidade de liderança que arraste, e noutros apports,… sustentando muitas vezes o que sabem dever não sustentar, sem abertura aos outros e à verdade.

Ou seja, … a habitual mas sempre renovada… mais uma oportunidade, … para uns quantos normal, … menos para quem afinal, e apenas…, e injustamente formula injusta crítica, incompatível por certo com a realidade e certeza do seu alto desempenho.

Bem como igualmente será considerada disparatada a ideia de intuir dívidas sobre uma abstracta questão de superavit ou deficit ético, seus excessos e limites, tal como na história da garrafa meia cheia meia vazia, … o dom da interpretação imediatamente sufragada pelo grupo protetor, enfim terrenos desses deuses da polis.

Assim, se algo está errado não é concerteza a posição ou sua ação X… É naturalmente a miopia dos que a constatam…. O crepúsculo desses deuses menores que voltam, tenham ou não cumprido noutra condição.

É que para esses deuses menores só há uma medida…, mas aferida sempre pelo seu alto critério, naturalmente superior, porque os outros para eles nada representam,… até” não sabem ler o que ali está escrito?, num grosseiro orgulho incensado pela suficiente bazófia do prato cheio, e condimentado por igual dose de má educação que o lugar autoriza (os espíritos inferiores dizem absurdos, mentiras e, muitas vezes, até grosserias).

Só eles existem, e o respetivo umbigo… nada mais alcançam.

E sendo-se predestinado, o verdadeiro deus menor… vê as coisas ocorridas de forma tão elevada que tais ocorrências tão pequenas,… tão mesquinhas, ao contrário desses tais achaques, porque por eles protagonizados, e que assumiram nas suas devotadas missões,… devem ser vistos pelo contrário com a honra da indispensabilidade das suas presenças, do seu auto proclamado estilo conciso, elevado, preciso, sábio… e não com a mediocridade da crítica eventualmente míope da interpretação destes outros…, que jamais os afetará.

Orgulho e vaidade… a estratégia.

Sendo assim, sem qualquer dúvida, mais que justa, por força das suas condição e sabedoria, a nova reencarnação… no poder, e imprescindível o seu contributo em missão de grave sacrifício pessoal, por inexistir gente com o seu estatuto, …e não enxergam… o declive que os cerca.

Deuses menores, afinal à luz do crepúsculo… (pode o crepúsculo ensinar alguma coisa à aurora? É que há conceitos que são suficientes para deflagrar a revolução e mudar as coisas).

João Castanho, Guarda

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