O Teatro das Beiras sobe, hoje, ao palco do Teatro Municipal da Guarda com “O conluio de Beckett, Ionesco e Salazar contra o jovem autor”. Trata-se de quatro pequenas peças de Luiz Castro, lidas e editadas pelo poeta e ensaísta Melo e Castro, numa linha designada por “teatro do absurdo”. O espectáculo começa às 21h30, no pequeno auditório.
Beckett, Ionesco e Salazar foram, cada um de forma diferente, os inibidores da realização teatral de um jovem autor, chamado Luiz de Castro. Os textos, escritos nos anos 50 do século passado, foram agora “recuperados” por Melo e Castro. E são o ponto de partida para um espectáculo onde o absurdo caracteriza o tempo e o espaço da acção. Há neste processo uma “releitura” crítica do tempo histórico em que foram escritas, trazendo para o presente as preocupações de ordem política do autor. Nestes trabalhos, nota-se um uso lúdico da língua e uma certa desconexão fragmentária da acção. Sendo que as peças são portadoras de uma crítica dorida «elipticamente expressa em situações e personagens que mais se criam pelo que dizem do que pelo que fazem». De resto, a peça tem a encenação de Américo Rodrigues, a cenografia é de Cristina Cutrale, a música é da autoria do guardense Kubik, o desenho de Luz é de Fernando Sena e a interpretação é de António Saraiva, Inês Mexia, Marco Telmo, Miguel Telmo, Pedro Fiuza e Sofia Bernardo.