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«O CEG Business Startup é um projeto de apoio ao estímulo empresarial e de promoção do empreendedorismo»

Cara a Cara – Miguel Alves

P – A Associação Comercial pretende promover uma nova dinâmica, lançando, nomeadamente, o CEG Business Startup. Em que consiste este projeto?

R – Em 2015, a ACG assumiu a responsabilidade de implementar estratégias que culminassem no desenvolvimento de um ecossistema favorável à criação de empresas e, consequentemente, no aumento de postos de trabalho na região, obtendo assim o incremento do poder de compra e contribuindo para a economia local. Fruto dessa estratégia, previamente formatada junto do Portugal 2020, surge o primeiro instrumento, o CEG Business Startup. Trata-se de um projeto de apoio ao estímulo empresarial que pretende promover iniciativas empreendedoras. Tem como objetivos principais a criação de novas empresas e qualificação das existentes, mas também identificar coerentemente as oportunidades de negócio no distrito e disponibilizar ações de sensibilização e capacitação sobre o empreendedorismo, culminando na disponibilização de ferramentas de apoio.

P – Quais as suas principais atividades?

R – O projeto tem três atividades principais: a Ideas Business Pool, que consiste em identificar, caracterizar e divulgar oportunidades de negócio. Segue-se o programa de capacitação CEG Business Startup e que vai realizar nove eventos vocacionados para a sensibilização e promoção do empreendedorismo e temas essenciais para a criação de empresas. Irá também produzir o Roteiro do Empreendedor, que compreenderá cinco cadernos temáticos e estará disponível em formato físico e online. Por último, temos o Programa de Empreendedorismo, que visa promover um concurso e desenvolver um programa de aconselhamento empresarial e “mentoring”, tendo o intuito de despoletar a procura de parceiros de negócio, a criação de uma rede de mentores e o seu envolvimento nos projetos a apoiar dois dias por semana durante um ano.

P – Relativamente ao concurso, quem se pode candidatar?

R – A participação decorre até dia 15 de maio e é aberta a pessoas singulares, maiores de 18 anos, individualmente ou em grupo, bem como a pessoas coletivas, com o objetivo de explorar uma ideia que considerem empreendedora, inovadora ou diferenciadora e geradora de uma nova empresa. Os prémios estão repartidos em valor monetário, apoio e consultadoria especializada e incubação gratuita no “coowork” da ACG, mas recomendo uma consulta mais atenta ao regulamento disponível no site www.cegstartup.pt

P – Há falta de empreendedorismo inovador na Guarda?

R – Sim, mas a cidade e distrito da Guarda têm procurado estreitar cada vez mais a ligação com os empresários e empreendedores, proporcionando a estes últimos meios de fácil acesso a informação importante para o mundo empresarial. Só com a disponibilização de informação empresarial adequada, aliada a um correto acompanhamento das iniciativas empresariais, será possível a fixação e o crescimento das empresas da região.

P – Quais são os principais entraves à falta de empreendedorismo na região?

R – No plano pessoal do empreendedor, os principais constrangimentos prendem-se com a sua vocação empreendedora, motivações, habilidades, conhecimentos e ambições. De realçar que, culturalmente, temos uma sociedade que é avessa ao risco. Há também a incapacidade de identificar oportunidades de negócio e falta de criatividade estratégica transformadora das ameaças potenciais em oportunidades latentes, falta de contactos e redes de “networking”. O desconhecimento dos meios financeiros existentes e de acesso ao capital, as dificuldades na elaboração do plano de negócio e um reduzido aconselhamento e apoio ao arranque são outros entraves frequentemente apontados para a aventura empreendedora.

P – Defende a criação de uma incubadora de empresas na Guarda. O que falta fazer para concretizar esse projeto?

R – Considero que esse investimento é crucial ao desenvolvimento económico futuro da cidade e peca pela ausência de debate que o poder político (autarquias) e institucional (IAPMEI, CCDRC) têm tido na discussão da necessidade de priorizar um projeto deste género atendendo sempre à sua localização geoestratégica e à valorização dos recursos endógenos. A agregação de parceiros, disponibilização de financiamento e a ambição de constituir a rede de incubadoras do Centro deve estar latente. Na Guarda já encontramos uma interessante oferta de espaços e infraestruturas qualificadas para o acolhimento empresarial, com áreas amplas e excelentes acessibilidades, a custos bastante favoráveis e competitivos mas insuficientes na promoção do espírito empresarial.

P – Como está a ocupação do espaço de “cowork” inaugurado há cerca de um ano na sede da ACG?

R – Ainda não se encontra totalmente ocupado, pois a sua criação, com recurso a capitais próprios da ACG e assumindo-se como o segundo instrumento para a estratégia da Associação já mencionada, teve por objetivo viabilizar a aprovação deste projeto, facultando todas as condições necessárias à instalação das empresas e funcionamento nos primeiros meses de vida que porventura vierem a aderir ao CEG Startup. Recordo que o espaço está disponível a baixo custo e os empreendedores podem contar com sala de reuniões, auditório, sala da formação, espaço de convívio/ bar e serviços diversos de apoio administrativo, estando garantida também a ligação ao tecido empresarial regional.

P – Em fevereiro, pretende fechar o projeto CEG Business Startup com uma grande gala. Como vai ser feita, qual será o modelo e a quem se dirige?

R – A gala irá ocorrer na sede da ACG e será o palco por excelência para divulgação e disseminação dos resultados globalmente obtidos. É dirigida a toda a comunidade, desde os potenciais empreendedores, às empresas, ao sistema de ensino, às entidades do sistema científico e tecnológico, às associações empresariais, aos agentes políticos e institucionais, e ao público em geral. Em suma, às entidades com responsabilidades pelo desenvolvimento da região. Aqui, serão identificados e distinguidos os empresários considerado casos de sucesso e cujo contributo para a região é visível. Paralelamente serão divulgados os três projetos vencedores do concurso.

Perfil:

Presidente da direção da Associação Comercial da Guarda

Idade: 39

Naturalidade: Viana do Castelo

Profissão: Empresário do setor da hotelaria e restauração

Currículo: professor do ensino básico em 2015, fundador da empresa Ás de Aprender, Apoio Escolar e Formaçao Profissional; Vice-presidente da Associação Académica da Guarda em 2001; presidente da APGUR (Agência para a Promoção da Guarda) em 2013 e presidente da direção da Associação Comercial da Guarda desde junho de 2013.

Hobbies: Viajar

Miguel Alves

Sobre o autor

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