“Acústico” é o título do terceiro e último trabalho de Carlos Polónia, apresentado esta noite no auditório municipal da Guarda. Este espectáculo revela uma sonoridade electroacústica, dentro do que se pode designar por “blues canção urbana”.
Segundo o dossier de apresentação, o destaque do álbum e dos concertos de Carlos Polónia Grupe – Quinteto vai para o humor e actualidade q.b., num espectáculo delirante em que vale a pena estar atento às letras originais, na sua maioria do próprio Carlos Polónia e de Pedro Taveira, «que sabem deixar uma boa fotografia de época, disparando farpas em diversas direcções, denunciando a hipocrisia reinante, abordando de forma mordaz temas incómodos e politicamente incorrectos como a toxicodependência, o alcoolismo, a exclusão, o nazismo, o racismo… mas não deixando de aprofundar assuntos como a perda, a solidão e o amor». A tal ponto que o músico reconhece a inspiração na tradição da análise sociológica e crítica de costumes deixada por Gil Vicente, Bocage e Eça de Queirós. No Porto, de onde é natural, consideram-no o verdadeiro homem do “blues”, cantado em português, «com pronúncia e gíria genuína». Carlos Polónia participou com a sua banda na primeira parte de concertos dos UHF e dos Afonsinhos do Condado, tocou harmónica com André Indiana no Coliseu do Porto na primeira parte dos concertos de Robert Plant. Participou também no disco “Um Pouco Mais de Azul”, de Carlos Tê e os Moderados de Paranhos. Este concerto conta com a participação, entre outros, de Manuel Santesteban (percussão), Nuno Vieira (guitarra), Manuel Barros (baixo), António Torres Pinto (bateria), Paulo Barros (piano), para além do próprio Carlos Polónia (guitarra, voz e harmónicas). Trata-se de um espectáculo promovido pela autarquia local, cujos ingressos custam três euros, sujeitos aos habituais descontos e reservas no Gabinete de Imprensa e Relações Públicas da Câmara da Guarda e Livraria Municipal.