Perfil:
– Maria João Almeida Garret
– Directora do CILAN
– Naturalidade: Anadia
– Idade: maior de18 anos
– Currículo: Licenciatura em engenharia electrotécnica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
– Hobbies: cozinhar e actividades agrícolas
P-Que balanço faz dos 10 anos de actividade do Cilan – Centro de Formação Profissional para a Indústria de Lanifícios?
R- Foram anos muito gratificantes em que contribuímos para o desenvolvimento pessoal e profissional de mais de 1.000 jovens e da integração da maior parte deles nas empresas. Contribuímos também para a qualificação e reconversão profissional de muitos desempregados e de activos. Ao todo, nestes 10 anos de actividade, passaram pelo Cilan 7.577 formandos e foram ministradas 19.2520 horas de formação. Considero, pois, que o balanço é bastante positivo.
P-O sector têxtil é dos mais afectados sempre que há crises económicas. O que é preciso mudar neste sector?
R-Com as crises económicas há vários sectores que são sempre afectados, não sendo o têxtil uma excepção. Não nos podemos esquecer que o sector têxtil representa quase um quarto do volume das exportações nacionais. Parece-me que o que não se deve nunca fazer é empolgar o espectro da crise no sector, pois prejudica a imagem e não cria apetências pela actividade, nomeadamente no que diz respeito ao mercado de emprego.
P-Que contributos o Cilan tem dado para resolver os problemas do sector?
R-O Cilan, sendo uma instituição empenhada na formação, tem ajudado na qualificação dos trabalhadores, proporcionando a aquisição de um conjunto de saberes que vão contribuir para uma melhoria da qualidade e da produtividade das empresas. É de salientar também toda a actividade do Cilan no âmbito do programa Rede, no apoio à gestão de pequenas e médias empresas, com menos de 50 trabalhadores, que representam cerca de 87 por cento do universo das empresas têxteis, proporcionando serviços de consultoria e de formação à medida, aos dirigentes, quadros e trabalhadores. A actividade do Cilan não está circunscrita à zona da Covilhã, mas sim a nível nacional, tendo apoiado as empresas de lanifícios independentemente da sua localização.
P-Acredita que há ainda salvação para a indústria têxtil? Poderá ser uma indústria de futuro?
R-A modernização da indústria dos lanifícios já é uma realidade e agora temos o desafio da produtividade. Penso que este desafio também se vai ganhar e o têxtil continuará a ser uma indústria fundamental no tecido produtivo nacional e nas exportações.
P-A Covilhã ainda poderá ser ainda conhecida como a capital dos lanifícios?
R-Apesar da diminuição das empresas de lanifícios, as existentes continuam a ter um peso importante na Covilhã.
P-Como é que se pode cativar os jovens para esta indústria?
R-Os jovens têm que perceber que esta indústria já não é uma indústria de mão-de-obra intensiva, mas sim uma indústria com grandes inovações tecnológicas, com necessidades de competências específicas e, como tal, uma boa aposta no futuro.