Podemos conhecer as pessoas pelos seus modos, mais que pelos seus dizeres e indumentárias. Sabemos quando comem os hábitos e as tradições que têm. Um “de berço” equilibra de modo elegante os talheres, não “levanta voo” ao cortar a carne, não se lhe escapa o camarão, não chupa na banana, não deixa metade da comida pedida no prato, não se esquece de limpar a boca antes de lhe levar o copo. Os cotovelos serenos fazem a diferença, sempre próximos do corpo. Outros pedem o dobro do que são capazes de comer. Nestes há os que vivem do dinheiro público, os que gastam sem olhar a quem paga, os que pedem o que não necessitam, os que chamam de modo arrogante, os que pisam de fato onde se pode ir coloquial. Também aparecem os novos ricos, normalmente fotografando cada gesto que fazem, exibindo seus carros potentes, trajando caras roupas e impensáveis jóias. Infalivelmente faltam-lhes hábitos à mesa, gesticulam com os talheres, movem a comida no ar, sobra-lhes o caviar e riem-se da lagosta morta por capricho. Num Hotel de Luxo reconhecem-se na mesa as pessoas genuínas, as vaidosas, as prostitutas, os políticos e os que vão por curiosidade uma vez na vida viver o lugar das revistas. É um espaço só de alguns e onde as diferenças sociais são mais extremadas, pois todos se olham e se medem de modo discreto. Para uns, o valor é “a família, a tradição”, para outros o valor é o dinheiro, e em alguns excede o peso do poder. Recomendo a experiência.
Por: Diogo Cabrita