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Novo sistema de triagem já arrancou no hospital Pêro da Covilhã

Primeiro dia do “Protocolo de Manchester” foi bem acolhido pelos utentes

Vermelho, laranja, amarelo, verde e azul. São estas as cores que estabelecem, desde a última segunda-feira, a prioridade de atendimento dos doentes no Hospital Pêro da Covilhã. O novo sistema de triagem, mais conhecido por “Protocolo de Manchester”, entrou em vigor às 9h30 naquela unidade hospitalar sem qualquer confusão, talvez por causa da «pouca afluência de doentes» durante a manhã, supõe Filomena Lourenço, directora do serviço de Urgência.

Mas apesar do «pouco movimento» que se registou pelo menos até às 14 horas, o novo sistema de triagem arrancou em pleno para «criar uma ordem de atendimento que não é a da chegada do doente, mas sim a gravidade da situação», explica a responsável pelas urgências. Deste modo, após terem feito a ficha de inscrição, os doentes são chamados para uma sala para fazer a triagem do caso de urgência e cuja gravidade será detectada através de fluxogramas, ou seja, através de discriminadores que vão do mais grave para o menos grave consoante os sintomas do doente. Assim que o profissional de saúde chegar a um discriminador positivo atribui-se a cor correspondente. Se for atribuída a cor vermelha ou laranja, o doente terá que ser atendido e observado pelo médico imediatamente por se tratarem de situações «muito urgentes». Se for amarelo, o doente é encaminhado para uma sala de espera situada no interior das urgências e aguardar «até 60 minutos para ser observado pelo médico». Já o verde (pouco urgente) e o azul (não urgente) não inspiram cuidados de imediato, sendo que os utentes voltam para a sala de espera geral até serem chamados pelo médico. Um tempo de espera que rondará os 240 minutos.

As cores que estabelecem a prioridade de atendimento são atribuídas na ficha do utente e depois colocadas numa caixa com as cores correspondentes: amarelo, verde ou azul. Não existem caixas vermelhas ou cor de laranja, pois esses doentes «entram imediatamente». No primeiro dia em que o sistema começou a funcionar no Hospital Pêro da Covilhã, foram atendidos na parte da manhã pouco mais de 30 doentes urgentes e estes nem sequer aguardaram a meia hora que está definida no protocolo. É o caso de José Ramos, que nem dois minutos aguardou na sala de espera amarela até ser chamado pelo médico. A queixar-se das costas, por ter caído, José Ramos revelou estar «satisfeito» com o atendimento na sala de triagem e acredita que este novo método só «terá vantagens», pois desta forma «as pessoas que estão mais doentes é que têm prioridade». Para Filomena Lourenço este é um modelo que «facilita o trabalho do médico», pois no sistema anterior era complicado o médico, com vinte fichas para atender, saber quais os doentes mais urgentes. Para além disso, este sistema permite «ordenar» a urgência. «Eu sei onde estão os doentes urgentes e os que não são urgentes e que podem esperar. Há uma ordem e funciona tudo muito melhor», completa. Na parte da tarde, houve uma maior afluência de doentes, mas mesmo assim «correu tudo bem», garante Filomena Lourenço, que faz um balanço «muito positivo» do primeiro dia. O sistema de triagem irá ser «implantado mais tarde» no Hospital do Fundão, para o qual os enfermeiros, chefes de equipa e alguns clínicos gerais já receberam a formação adequada em Setembro, com os restantes profissionais da unidade da Covilhã.

Liliana Correia

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