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Novo hospital da Guarda mostrado a Joaquim Valente

Projecto aposta em cinco mil metros quadrados de construção nova e na remodelação total da parte mais antiga do Sousa Martins

Um novo edifício, serviços com mais espaço e maior funcionalidade é o que promete o projecto de requalificação do Hospital Sousa Martins. As linhas gerais da intervenção foram apresentadas na última segunda-feira a Joaquim Valente, durante uma visita do candidato socialista à Câmara da Guarda. A obra tem um custo previsto de 40 milhões de euros, equipamento incluído, e consiste na requalificação total do edifício central, bem como na construção de uma ala nova com cerca de 5.000 metros quadrados. A ARS Centro espera ter pronto o projecto de execução final dentro de um ano para então lançar o concurso público de construção.

O projecto foi divulgado por Victor Gonçalves, responsável pela divisão de Instalações e Equipamentos da ARS Centro, que sublinhou que a intervenção «não vai pôr em causa o que já existe, mas salvaguarda o fundamental e faz-se de novo para dar mais funcionalidade ao futuro hospital». Um objectivo alcançado, segundo Luís Ferreira, director clínico do Sousa Martins, para quem esta proposta permite criar três áreas distintas de ambulatório, urgência e internamento, «que estarão ligadas sem se perturbarem». A grande novidade consiste na deslocação da consulta externa e dos serviços administrativos para o novo edifício, que também vai acolher um hospital de dia, a cirurgia de ambulatório e o serviço de física de reabilitação, a funcionar actualmente em condições exíguas. Esta ala, a erigir entre a unidade de Psiquiatria e a igreja, passará a ser a «principal porta de entrada» no hospital. Com estas mudanças, o espaço da actual consulta externa será ocupado pelas diversas valências das Urgências e acolherá um serviço de Imagiologia «a sério», adiantou Victor Gonçalves. Já a parte mais antiga da unidade será totalmente remodelada, mantendo-se apenas as paredes do edifício secular. Para ali está destinado todo o internamento do Sousa Martins, uma área que o engenheiro da ARS anuncia como «moderna».

No entanto, a obra, uma opção do actual Governo em vez da construção de raiz no âmbito das parcerias público-privadas defendida pelo PSD, só poderá iniciar-se após a conclusão do novo centro de Saúde da Guarda, também previsto para o Parque da Saúde. Este equipamento tem que ser feito primeiro para que as suas antigas instalações possam acolher os serviços do Sousa Martins quando entrar em obras. «O hospital não vai parar, mas poderá haver alguns contratempos», garante Fernando Girão, admitindo estabelecer uma nova parceria com a Misericórdia para garantir alguma continuidade no funcionamento. Contudo, o director do Sousa Martins não escondeu um certo deslumbramento com o que viu: «O projecto é lindo, mas a Guarda merece uma estrutura deste tipo, pois vai permitir prestar cuidados de saúde de grande qualidade», disse, esperando que as novas instalações venham a ser um «pólo de atracção» de especialistas. De resto, o médico garante que a intervenção já é consensual, afirmando que o próprio PSD já desistiu de falar numa unidade de raiz. «Até Ana Manso acredita que esta será a melhor forma da Guarda ter um hospital digno, penso por isso que esta opção é irreversível», acredita, esperando que as obras se iniciem em 2007.

Por sua vez, Joaquim Valente classificou o projecto de «importantíssimo» para a região e destacou os equipamentos «de qualidade» que aí vêm. «Vamos ter serviços de saúde de excelência e espero que o concurso público seja aberto daqui por um ano, porque a Guarda tem direito a um hospital moderno e eficaz», considerou, garantindo que «já ninguém poderá travar» a sua construção. O projecto, elaborado com base no Plano Director do hospital, prevê ainda a edificação de mais um imóvel para apoio técnico, enquanto a recuperação dos pavilhões mais antigos só vai ser feita numa segunda fase. Trata-se de imóveis recentemente classificados pelo IPPAR, mas que estão em avançado estado de degradação.

Luis Martins

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