Os sindicatos garantem que a laboração nas minas da Panasqueira já não está ameaçada porque a empresa tem um novo contrato para a venda de matéria-prima.
«Foi-nos garantiu-nos que há um novo contrato e que isso afasta as nuvens negras que nas últimas semanas pairaram sobre a Panasqueira», declarou Manuel Bravo, dirigente da Federação Intersindical da Indústria Mineira (Fiequimetal), estrutura que integra o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineiro. A informação já foi confirmada pela Sojitz Beralt Tin and Wolfram Portugal, que, no entanto, adiantou à agência Lusa que a negociação deste novo contrato para a venda de 90 toneladas de matéria-prima ainda não está concluída. Vários representantes dos trabalhadores reuniram-se anteontem com a administração da concessionária das minas, mais de uma semana depois do respetivo presidente da empresa ter admitido que a atividade poderia ser suspensa caso se mantivesse a queda do preço do volfrâmio nos mercados internacionais.
O alerta mobilizou os autarcas da região (ver última edição de O INTERIOR), que apelaram à intervenção do Governo, mas anteontem a eventualidade da paralisação do complexo mineiro já não se colocava. «[Os administradores] também nos garantiram que o novo contrato assegura a produção até ao final do ano e que não haverá despedimentos», sublinhou Manuel Bravo aos jornalistas, a quem lembrou que o mercado começa a dar sinais de retoma, pois «na última semana houve um ou dois dias em que a cotação do volfrâmio subiu, apesar do valor ainda não ter chegado aos mesmos preços do ano passado». Entretanto, o sindicado continua a reivindicar um aumento salarial de 0,7 por cento com o mínimo de 50 euros por trabalhador, contra os 0,5 por cento propostos pela empresa. «Mantemos a nossa proposta porque estamos a falar da mina que mais mal paga em Portugal», afirmou o sindicalista.
Estava marcado para hoje um novo plenário de trabalhadores. Na véspera [após o fecho desta edição], representantes da Câmara da Covilhã iriam ser recebidos pelos grupos parlamentares do PSD, PS, PCP e Verdes.
