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Novo cabo dos Forcados de Coimbra é natural dos Fóios

Rui Martins, de 25 anos, vai assumir a liderança do grupo sábado na praça de toiros da Nazaré

Natural da aldeia dos Fóios, no concelho do Sabugal, Rui Martins vai assumir a partir do próximo domingo as funções de cabo do Grupo de Forcados Amadores de Coimbra, que integra mais seis jovens com ligações à raia. A “passagem de testemunho” do cabo fundador Luís Pires dos Santos ao jovem de 25 anos, que faz parte do grupo desde a sua fundação há 10 anos, vai ser feita na praça de toiros da Nazaré.

Rui Martins nasceu na terra do seu pai, mas nunca lá residiu, uma vez que desde tenra idade que mora em Coimbra. No entanto, nunca perdeu o contacto com a raia e com as tradições das capeias: «Desde pequeno que gosto de touros. Comecei a ter um contacto mais direto com os animais nas capeias mas são duas coisas completamente distintas», fez questão de salientar o jovem veterinário que pegou o seu primeiro touro aos 16 anos em Nave de Haver, no concelho de Almeida. Contudo, o jovem garante que costuma participar «sempre» nas capeias feitas na terra do seu pai e no festival “Ó Forcão Rapazes”, que este ano falhou devido a um pequeno problema físico. Pega ao forcão desde os 16 anos, mas a ir para a «galha [frente]» só começou a ir mais tarde. Questionado por O INTERIOR se é mais complicado “fazer uma pega” ou “pegar ao forcão”, o jovem aponta diferenças: «Tem que haver sempre uma distinção entre as corridas de touros e as capeias. Não se pode ligar o forcão e os forcados. O forcão será mais fácil do ponto de vista individual mas tem que haver coordenação entre todos os elementos. Pegar um touro será mais complicado e é necessário mais treino», resume o novo cabo dos Forcados Amadores de Coimbra. O jovem terminou o curso de veterinário há meses e garante que «não tem sido difícil conciliar» a sua atividade profissional com as touradas.

Sobre a sua “promoção” a cabo, Rui Martins encara-a com «naturalidade», explicando que se procedeu a uma eleição entre os restantes elementos do grupo em que «todos» concordaram que seria a pessoa «mais indicada». O jovem ficou «satisfeito» com a escolha, até porque considera que o grupo de forcados «é uma escola de vida» que ajudou a moldar a sua «maneira de ser». Deste modo, ficou «muito contente» por os restantes membros lhe reconhecerem «algum valor» para desempenhar as funções de cabo, o que também é uma prova de «confiança». Ao mesmo tempo a designação representa «muita responsabilidade», uma vez que «nós é que escolhemos os forcados e não é fácil enviar um amigo para a cara de um touro», frisa. Dos cerca de 30 forcados que o grupo de Coimbra tem no ativo há seis que são oriundos da raia, quatro do concelho do Sabugal e dois do de Almeida. São eles André Leal e Ricardo Alemão (ambos de Aldeia da Ponte), Diogo Pereira (Aldeia do Bispo), Nuno Afonso (Fóios) e Vítor Costa e Pedro Marques, ambos de Vilar Formoso.

Ricardo Cordeiro Rui Martins vai liderar um grupo que integra mais seis jovens com ligações à raia

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