A VMER transportou o primeiro doente crítico tratado, no sábado, nas novas instalações das Urgências do Hospital Sousa Martins, que desde essa manhã passaram a funcionar no bloco construído há um ano. Eram 8h25, cerca de 40 minutos depois do turno da manhã ter entrado ao serviço e inaugurado oficiosamente o novo espaço.
A transferência de uma das valências hospitalares mais delicadas decorreu sem sobressaltos na véspera e durante a noite, continuando a funcionar nas atuais instalações apenas a Urgência materno infantil. O primeiro dia das “novas” Urgências foi calmo e registou um «afluxo normal de doentes» – as equipas de medicina e de cirurgia tinham sido reforçadas para evitar contratempos com as mudanças –, disse a diretora clínica da ULS da Guarda a meio da tarde de sábado. Fernanda Maçoas acrescentou que, a partir de agora, os profissionais têm melhores condições de trabalho: «As instalações anteriores e os equipamentos estavam com muitas limitações e as condições eram difíceis. Aqui temos uma casa nova, há mais espaço, dimensões mais apropriadas e isso vai fazer a diferença. Estou convicta que vamos trabalhar melhor», considerou a médica. De resto, nesta mudança algum material e equipamento foi «adaptado e aproveitado» para o novo espaço, tendo sido adquirido algum equipamento novo, «sobretudo de monitorização de doentes», referiu.
Segundo a diretora clínica, apenas o espaço físico mudou, uma vez que «continuamos a ser uma Urgência Médico-Cirúrgica, temos o mesmo tipo de valências e vamos prestar serviço ao mesmo tipo de população». Quanto à Urgência materno-infantil vai continuar nas instalações atuais, sendo que apenas está previsto integrar a Urgência materna «naquilo que estaria projetado para uma segunda fase e que neste momento não vai ser seguramente a segunda fase inicialmente projetada». No caso da Urgência infantil, «a sua alteração nunca foi projetada, mas poderá sofrer algum tipo de adaptação», admitiu Fernanda Maçoas. Na segunda-feira, durante as comemorações dos 107 anos do antigo sanatório Sousa Martins, o presidente do Conselho de Administração da ULS, Vasco Lino, adiantou aos jornalistas que o novo bloco hospitalar deverá funcionar em pleno no final desta semana após a transferência da unidade de cuidados intensivos (UCI), prevista para anteontem, e do bloco operatório, amanhã.
Atualmente, no novo pavilhão funcionam as consultas externas, a urgência, o internamento de oftalmologia, ortopedia, cirurgia, otorrino e pneumologia, a esterilização, a farmácia e alguns dos serviços de imagiologia. Nos dois antigos edifícios do Sousa Martins permanecem ainda o laboratório, a obstetrícia, a pediatria e os serviços de medicina interna e de cardiologia. Entretanto, Vasco Lino anunciou que a ULS já programou obras na cobertura do edifício das antigas Urgências, construído na década de 1990, para acabar com as infiltrações da água da chuva. A intervenção está orçada em cerca de 250 mil euros e vai ocorrer nos próximos meses. Estão também previstos melhoramentos e obras de adaptação no interior desse edifício para acolher os serviços que ali continuam e outros a transferir da antiga ala do sanatório. «O financiamento destes trabalhos ainda não está assegurado, mas vamos tentar recorrer aos fundos comunitários», declarou o responsável. O novo bloco do hospital da Guarda, com quatro pisos e uma área de 48.600 metros, está pronto desde junho de 2013 e representa um investimento superior a 55 milhões de euros.
Luis Martins 
