O número de vagas para os cursos de Medicina estabilizou a nível nacional este ano, excepto na Universidade da Beira Interior (UBI), onde há mais 25 lugares do que em 2009. Só Coimbra regista também um aumento, mas de apenas uma vaga. No total, o curso da Covilhã disponibiliza 140 na primeira fase de candidatura ao concurso nacional de acesso ao ensino superior, que começou na última terça-feira.
Outra das novidades na UBI está na abertura da licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Os dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) indicam que a oferta aumenta na universidade covilhanense, à semelhança do que acontece em todo o país – que é de quatro por cento face ao ano passado –, mas a instituição volta a perder Matemática. A UBI continua, assim, a oferecer 29 cursos, sendo que passa de 1.270 vagas para 1.295. Ou seja, ganha 25, o que corresponde ao crescimento em Medicina. De resto, este curso, em que a nota de entrada do último aluno foi de 178,5 valores, volta a ser o que mais lugares disponibiliza, seguindo-se Arquitectura (65) e Engenharia Civil, Gestão e Ciências do Desporto, todos com 60. A nova licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores estreia-se com 20 lugares, os mesmos que foram atribuídos a Matemática no ano passado. Filosofia mantém-se como o único a ser leccionado em horário pós-laboral.
O reitor da UBI mostra-se satisfeito com a oferta para o próximo ano lectivo e, no caso de Medicina, constata que reflecte o que está no programa estratégico da instituição até 2014 e ainda o teor do contrato de confiança assinado no passado 30 de Abril com a tutela, «onde estava previsto um crescimento do número de vagas de 20 por cento já este ano». O documento define ainda que dentro de três anos haverá 200 lugares. «Vamos conseguir ganhar dimensão crítica para que o curso de Medicina continue a afirmar-se», afirma João Queiroz. Quanto à licenciatura em Matemática, que reabriu em 2009 depois de ter estado encerrada durante dois anos consecutivos, o reitor explica que «o grande problema é a captação de alunos»: «Basta dizer que, neste último ano, o curso funcionou somente com dois alunos», refere. No caso de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, João Queiroz fala em «investigação de excelência» e recorda que «o curso já estava registado antes de Bolonha».
Mais 20 lugares no IPG
Também no Instituto Politécnico da Guarda (IPG) há novidades: tem mais 20 vagas e disponibiliza pela primeira vez cursos em horário pós-laboral. São eles Comunicação e Relações Públicas (20 vagas), Gestão de Recursos Humanos (15) e Contabilidade (15). Apesar de terem sido criados neste regime, os que já existiam em horário normal e que tinham a mesma designação mantêm-se. Porém, dois perderam vagas: Gestão de Recursos Humanos passa de 50 para 40 e Contabilidade de 45 para 25. Comunicação e Relações Públicas continua com. «São cursos muito procurados pelos maiores de 23 anos, pelo que optámos pelo regime pós-laboral», explica o presidente do IPG, ao salientar que «tem havido muitos a matricularem-se e que depois não conseguem ir às aulas», acabando por não ter sucesso.
Feitas as contas, o IPG dispõe este ano de um total de 819 vagas, mais 20 do que no ano passado. «O que houve, no fundo, foi uma redistribuição de vagas de acordo com aquilo que tem sido a procura e tendo em conta os três novos cursos», diz Jorge Mendes. Contabilidade foi a licenciatura que mais lugares perdeu. Seguem-se Animação Sociocultural (-15) e Gestão de Recursos Humano. Há ainda três com menos cinco – Engenharia do Ambiente, Secretariado e Assessoria de Direcção e Turismo e Lazer. Em contrapartida, são seis os que ganham mais vagas (cinco cada): Design do Equipamento, Engenharia Civil, Engenharia Informática, Gestão, Restauração e Catering e ainda Farmácia. Comunicação Multimédia e Desporto, duas licenciaturas da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD), são os oferecem mais vagas, ambas 60. Farmácia é a que apresenta a média mais elevada (144,2 valores), seguida de Enfermagem (136,6).