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Novas placas em estudo para as ruas da Guarda

Praça Luís de Camões continua sem placas toponímicas nas próximas semanas

A Câmara da Guarda está a estudar um novo modelo de placas toponímicas para a cidade, a fim de «uniformizar todas as placas de identificação». A Comissão de Toponímia, presidida por Virgílio Bento, tem já em fase adiantada um estudo que percorre todas as artérias da Guarda, a começar pelo centro histórico. Depois de todos os procedimentos legais será efectuada a respectiva afixação. Esse momento vai ditar o regresso da sinalética identificativa à Praça Luís de Camões.

Quem hoje percorre as ruas da Guarda, encontra placas de diversos formatos. Virgílio Bento reconhece o problema e, com o intuito de «melhorar a visibilidade e a imagem das ruas», está a inventariar os nomes das artérias e a definir um novo modelo uniforme de sinalética que substituirá os diversos modelos por toda a cidade. As placas vão assumir suportes diferente, «em função da possibilidade e contexto de fixação». A fase de estudo deverá terminar na próxima semana, faltando depois diversos passos. Mediante o tipo de contratualização que a elaboração das placas exija, só estarão nas ruas dentro de algumas semanas, referiu fonte da Câmara da Guarda, sem concretizar os prazos. Há vários modelos em cima da mesa, mas é quase ponto assente que o definitivo vai conter as cores da cidade (vermelho e branco), o brasão da Guarda, o código postal, para além do nome da rua.

António Saraiva, director-executivo do PolisGuarda, sugeriu que as novas placas tivessem «um desenho integrado no espaço e agregassem um brevíssimo historial sobre aquilo a que o topónimo se refere». Este parecer não é bem visto por Virgílio Bento, que defende «um modelo de placa legível e que, com tanta informação, a essencial não seja deturpada». Dois critérios a ter em conta passam «pela tentativa de manter os nomes pelos quais esses espaços são conhecidos», nas ruas já existentes, e pela atribuição de «nomes que estejam ligados à história desse local ou da cidade», nas novas artérias.

Câmara espera que situação dos números de polícia seja resolvida

No seguimento das alterações previstas para a toponímia da cidade, António Saraiva alerta para outro problema: os números de polícia. Uma situação funcional e importante para o trabalho das forças de segurança e para a distribuição do correio postal. Virgílio Bento assume que essa é também uma preocupação da Comissão de Toponímia, mas que é da responsabilidade dos proprietários dos imóveis. «A partir do momento em que está definida a rua, a numeração de polícia é feita de forma quase automática», refere.

Praça Luís de Camões vai continuar sem placa

Sobre a polémica ausência de placas toponímicas na Praça Luís de Camões, Virgílio Bento alega que não teve conhecimento do caso até há duas semanas. O autarca critica o facto da placa ter sido retirada aquando das obras no Cibercentro, no Solar dos Póvoas, e só agora se levantar «toda esta questão, ao fim de 10 anos». «Não sou eu quem tem de saber se uma rua tem placa ou não», justifica. O autarca preside à Comissão de Toponímia há dois anos e nunca teve conhecimento da situação. Para além disso, lamenta que estas informações não cheguem a sede própria: «Se os problemas não chegarem ao conhecimento das pessoas que compõem a Comissão de Toponímia, claro que não podemos resolver essas questões. Nenhum dos comerciantes da Praça Luís de

Camões nos fez chegar essa queixa», justifica.

António Saraiva refuta quaisquer responsabilidades neste particular, alegando que, «em termos de fachadas, a PolisGuarda só fez a pintura do edifício onde esteve a Câmara, para além de se proceder à retirada dos cabos de telefone». Quanto às placas toponímicas, «esse não era um encargo da PolisGuarda e não o fizemos porque não fomos alertados para isso», justifica. O arquitecto diz que «há outros sítios no centro histórico em situação semelhante, pelo que é preciso um estudo sério e global». Desde o final das obras que a Praça Luís de Camões conheceu várias realidades e diversos elementos de mobiliário urbano. «Os canteiros são uma solução que pode não ser definitiva, mas tem resultado bem», explica o responsável. Estes elementos não estavam no plano inicial, pois «o arquitecto não previu espaços verdes no local», salienta. As alterações podem continuar no futuro, mas já não sob a responsabilidade da PolisGuarda que, neste momento, «está a formalizar o fecho das obras», esclarece.

Igor de Sousa Costa

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