Desejada há muitos anos, foi inaugurada na semana passada, em Aguiar da Beira, a variante à Estrada Nacional 229, uma via com 3,7 quilómetros que permite desviar do centro da vila todo o tráfego de passagem. A nova infraestrutura custou 5,2 milhões de euros e foi inaugurada pelo secretário de Estado das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos.
O presidente da Câmara de Aguiar da Beira salienta que a variante é uma «obra extremamente importante para a melhoria da qualidade de vida da população», uma vez que, «ao retirar trânsito do centro da vila, vem beneficiar todos os que circulam a pé». Fernando Andrade recorda que a EN229 tem «vários estrangulamentos» no interior de Aguiar da Beira que já originaram «vários acidentes», daí que a nova variante venha melhorar «as condições de segurança, mas também ambientais». De resto, a estrada vem também «trazer mais segurança» para quem circula no interior da vila ao desviar o fluxo de trânsito e, ao mesmo tempo, permite «arranjar aquele troço da Nacional 229, que agora passa para a posse do município». No entanto, o edil reconhece que nem toda a gente está de acordo com a variante, havendo «quem ache que poderá vir a ser lesado em termos comerciais, mas penso que tudo o resto se sobrepõe».
Referindo-se nomeadamente aos «proprietários de restaurantes e pastelarias», o autarca realça que, «caso apostem na qualidade, não vão ter quebras no negócio», até porque a variante «não é fechada», tendo uma rotunda «mais ou menos a meio», o que «permite uma rápida entrada na vila», refere. «É preciso é que se aposte na qualidade e no bom serviço a quem nos visitam. Se assim for, não tenho dúvidas que não vão perder os seus clientes», reforça. A nova variante era uma obra «muito ansiada», sendo que o primeiro projecto «já vem do tempo em que Cavaco Silva era primeiro-ministro», recorda Fernando Andrade. Dirigindo-se a Paulo Campos, o autarca aguiarense alertou para o facto das populações dos concelhos servidos pela EN229 não estarem satisfeitas com o seu traçado. «Precisamos urgentemente de uma auto-estrada que ligue Viseu a Coimbra», declarou o autarca, considerando esta obra «importantíssima para toda esta região».
«O IP3 não dá resposta ao trânsito que por lá circula», adiantou, admitindo que «é perigoso lá circular». Na resposta, o governante garantiu que o processo de construção desta auto-estrada vai ter decisão até ao final do ano.«Nunca tivemos qualquer dúvida que a ligação entre Coimbra e Viseu em auto-estrada é uma prioridade em termos rodoviários», assegurou Paulo Campos. A par da nova variante, que começa e termina na actual EN229, foram também construídos entroncamentos e rotundas que permitem a melhoria na circulação local. A obra envolveu 117 pequenas e médias empresas e empregou 300 trabalhadores.
Ricardo Cordeiro