A comissão criada pela Assembleia de Freguesia de Santa Maria, no início de Março do ano passado, para a campanha de angariação de fundos para a compra da auto-escada dos Bombeiros Voluntários da Covilhã (BVC) vai iniciar em breve «um trabalho de profundidade» por todo o concelho. O objectivo é «angariar» a maior verba possível para a aquisição da tão desejada plataforma, que custa cerca de 550 mil euros, explica António Rebordão, elemento da comissão e presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria, desmentindo assim uma notícia recente de que a campanha tinha falhado.
«Sabemos que é utópico atingir os 550 mil euros, mas não queremos também que esta missão seja uma miragem», salienta António Rebordão, mostrando-se esperançado em atingir pelo menos 100 mil euros para poder «exercer uma forma de pressão junto das entidades competentes». Assim, a comissão pretende alargar o pedido solidário às empresas do concelho e à população das 31 freguesias da Covilhã através de um contacto «mais directo». Até aqui a recolha de fundos (onde pediam 1 euro) apenas foi feita nas grandes superfícies comerciais da cidade e à saída de algumas igrejas, tendo a comissão conseguido angariar até agora cinco mil euros. Há mais de dez anos que a plataforma giratória continua a ser a maior exigência dos BVC ao Governo. A tal ponto que no ano passado, por ocasião das comemorações dos 128 anos da corporação, o presidente da direcção da Associação Humanitária dos BVC, Emídio Martins, alertou para a falta de meios adequados dos “soldados da paz” covilhanenses, que muito dificilmente conseguirão salvar pessoas em prédios com mais de cinco andares.
Mas não é só a plataforma que preocupa Emídio Martins, pois a Associação Humanitária está «carente» de outros investimentos, também muito «elevados», como um quartel mais equipado e com melhores condições, novas instalações para a secção do Paúl, um carro estreito para circular nas zonas históricas da cidade e das 31 freguesias, mas também uma viatura para intervir na auto-estrada da Beira Interior, cujo tráfego de veículos de substâncias perigosas aumentou consideravelmente. «Se tivéssemos só a plataforma era uma coisa, mas temos muitos mais problemas», garante. E apesar de toda a boa vontade em ajudar, o presidente dos BVC sabe que é muito complicado conseguir verbas avultadas para a plataforma, uma vez que as pessoas estão «limitadíssimas» financeiramente. Mas continua a manter o «sonho» de surgir algum benfeitor. «Era o Governo que deveria olhar por nós, como tem olhado para as outras associações do país», exige, considerando que a Covilhã tem sido «discriminada», visto que há uns anos atrás o Ministério da Administração Interna atribuiu às corporações da Guarda, Castelo Branco e Fundão uma plataforma «quando era a Covilhã que tinha mais prédios altos». Adiada ficou entretanto a novena que Emídio Martins tinha prometido fazer até Lisboa para exigir a auto-escada. É que com a constante alteração dos sub-titutares do MAI o próprio admite que não «iria conseguir obter nada para já».
Liliana Correia