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Nova polémica no futebol distrital

Silvério Sousa expulsou 13 elementos dos juniores do Gouveia que perderam no Sabugal e viram o São Romão sagrar-se campeão

«Fomos claramente prejudicados e roubados». O presidente do Desportivo de Gouveia é contundente em relação ao árbitro Silvério Sousa e ao seu assistente Pedro Martins, que, em seu entender, foram decisivos na derrota da sua equipa de juniores no jogo do último sábado em casa do Sporting do Sabugal. A formação da “cidade-jardim”, que liderava o campeonato sem qualquer derrota, viu 13 elementos expulsos, entre atletas, massagista, delegados e treinador. O grande beneficiado do desaire do Gouveia em casa do último classificado foi o São Romão, que pôde festejar a conquista do título. Já o árbitro e o seu assistente queixam-se de terem sido «barbaramente agredidos» por um atleta gouveense.

Aos 12’, o Gouveia já tinha dois atletas expulsos, tendo Helder Teodoro sido o primeiro. «É um dos nossos jogadores de referência e foi expulso sem razão nenhuma aos 7’, claramente uma encomenda de alguém», critica o dirigente. O início da segunda parte ficou marcado por outra expulsão e os visitantes ficaram a jogar com oito unidades. Ainda assim, os golos só surgiram na reta final do encontro que a formação raiana venceu por 2-1. Durante o jogo foram ainda expulsos outros elementos do banco de suplentes da equipa gouveense, que mostrou a sua indignação no final. Na ficha de jogo, o Gouveia tem 13 intervenientes expulsos, incluindo António Leitão, o treinador, que, «por motivos profissionais, nem conseguiu chegar a tempo ao jogo», adiantou Alberto Cardoso, presidente do Gouveia, a O INTERIOR. O dirigente garante que o que aconteceu no Sabugal foi «mau demais. Claramente quem decidiu o jogo foi Silvério Sousa e o auxiliar do lado da bancada [Pedro Martins]», acusa, sublinhando que «não foi o Sabugal que ganhou ao Gouveia. Silvério Sousa é que fez com que o Sabugal ganhasse ao Gouveia. A única equipa que podia ter aspirações seria o São Romão, por isso, penso que é um caso de Judiciária, que merece ser investigado, pois desde segunda-feira que sabíamos que havia dinheiro em jogo», acusa Alberto Cardoso.

O líder do Gouveia considera que «as entidades têm que fazer alguma coisa para banir estas pessoas do futebol porque assim não vale a pena andar nisto». Sem querer especificar a quem se refere quando fala em “encomenda”, o dirigente sustenta que «fica ao critério de toda a gente pensar o que aconteceu» e pergunta «o que é que estavam alguns empresários de São Romão a fazer no Sabugal». Perante o que se passou, a direção do Gouveia reuniu de emergência e pondera «sair de todas as competições jovens» ainda nesta época. A equipa sénior continua porque «temos compromissos com patrocinadores e atletas», mas «está em cima da mesa a possibilidade do clube não se inscrever e participar, na próxima época, em qualquer competição oficial» da AF Guarda. A decisão definitiva deverá ter sido tomada esta quarta-feira após os dirigentes reunirem com a direção da Associação de Futebol da Guarda e com os responsáveis do Conselho de Disciplina e Conselho de Arbitragem.

Entretanto, em comunicado enviado às redações na segunda-feira, o Núcleo de Árbitros de Futebol da Guarda indica que «após o final» do jogo, «um jogador dos juniores do Gouveia agrediu barbaramente o árbitro e o árbitro assistente, tendo o árbitro necessitado de assistência médica». Perante esta situação, o NAFG reprova o que considera ser «mais um ato de violência no nosso distrito» e requer «uma punição ajustada ao Conselho de Disciplina da AFG, para que tais atos sejam erradicados do nosso distrito». Sobre esta situação, Alberto Cardoso revela que esteve no Sabugal a assistir ao jogo e não viu «nenhuma agressão».

Ricardo Cordeiro Os juniores do Gouveia lideravam o campeonato distrital sem qualquer derrota

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