Arquivo

Nova Penteação assume designação de Teximax

Paulo de Oliveira, filhos e o gestor judicial vão integrar conselho de administração até à escritura de trespasse da empresa

O empresário Paulo de Oliveira e os filhos, Luís Miguel Oliveira e Paulo Augusto Oliveira, bem como o gestor judicial Victor Simões foram empossados na última terça-feira para o Conselho de Administração da Nova Penteação, agora designada como Teximax. Firma que, aliás, Paulo de Oliveira utilizou para adquirir há uns anos atrás a empresa “Moura e Matos”, no Tortosendo.

O novo Conselho de Administração que se encontra agora a comandar os destinos da empresa de lanifícios é apenas «transitório», pois estará apenas em exercício até à data da escritura, explica Victor Simões, que irá acompanhar o caso até que todos os imóveis, património industrial, máquinas e restantes bens da Nova Penteação passem oficialmente para o empresário laneiro. Como estipula a lei, o gestor judicial terá que continuar a acompanhar o processo até à data da escritura, o «que poderá demorar um mês ou mais», adianta Victor Simões, pois, tratando-se de uma escritura de trespasse, todos os bens móveis e imóveis terão que estar inventariados. Assim, os próximos dias do Conselho de Administração da Teximax vai ser dedicado essencialmente à organização de documentos e ao registo dos bens, aproveitando-se ainda «este tempo» para reparar as máquinas da fábrica, fazer uma revisão a todo o equipamento e começar a seleccionar o pessoal que vai iniciar a laboração após a escritura de trespasse.

A homologação da proposta de Paulo de Oliveira, aprovada em Outubro por 68 por cento dos credores, apenas foi possível depois do Fundo de Garantia Salarial (FGS) ter abdicado do requerimento que interpôs no Tribunal da Covilhã para reclamar os mais de 400 mil euros relativos ao pagamento de salários a alguns trabalhadores em Dezembro de 2002. Uma reclamação que colocou a empresa numa situação de fragilidade, visto que se o Tribunal da Covilhã reconhecesse a legalidade do requerimento entregue pelo FGS, este assumir-se -ia como credor privilegiado e os três milhões de euros que o empresário laneiro propôs para a aquisição da empresa de lanifícios sedeada no Parque Industrial do Canhoso, na Covilhã, poderia ser revertido para o pagamento desses créditos e assim ser insuficiente para pagar os 12 por cento dos créditos reclamados, onde se inclui a Segurança Social, o Instituto de Apoio ás Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI), o BPI e o Banco Totta e Açores, entre outros. Paulo de Oliveira apenas se tinha comprometido ao pagamento dos 154 mil euros ao Estado. Depois do processo se ter arrastado em inúmeras assembleias de credores e após inúmeros requerimentos entregues no Tribunal da Covilhã contra a proposta, tudo indica que desta vez a empresa irá retomar a laboração com alguns trabalhadores da empresa – que possui 460 – durante o mês de Janeiro. «As admissões terão que ser feitas a pouco e pouco, à medida que as máquinas forem trabalhando», disse Paulo de Oliveira à Agência Lusa, sendo que admissão de pessoas na fábrica estará «dependente» do trabalho que existir na altura. Recorde-se que por diversas vezes, Paulo de Oliveira se queixou do processo burocrático à volta da empresa, o que a levou a perder encomendas para esta época. E apesar de admitir que é «preciso coragem» para relançar uma empresa nos tempos difíceis que atravessam a economia portuguesa, Paulo de Oliveira garantiu à Lusa «estar confiante» na superação das dificuldades, pois «há boa vontade da nossa parte», rematou.

Liliana Correia

Sobre o autor

Leave a Reply