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“Nova Covilhã” arranca no Centro Histórico

Sociedade de Reabilitação Urbana prepara-se para a recuperação das primeiras 30 casas devolutas

A “Nova Covilhã”, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana está prestes a avançar para proceder à recuperação dos primeiros imóveis degradados na zona histórica da Covilhã.

Os “placard’s” que anunciam a intervenção já se encontram expostos naquela que será a primeira zona a ser intervencionada, nomeadamente no Largo de Eduardo Malta e em duas ruas anexas: a do Varandado e a Comendador Gomes Correia. Apesar de começar por esta área, com ruas estreitas, casas devolutas ou mesmo quase em ruínas, a intervenção irá «abarcar» toda a zona histórica da cidade e as partes mais antigas das freguesias. Mas como é preciso «definir prioridades», a autarquia vai avançar já com as obras das casas que considera prementes recuperar.

A novel empresa deverá continuar assim o trabalho que foi desenvolvido pelo Gabinete Técnico Local no Centro Histórico da Covilhã, zona intra-muralhas, ao longo de dois anos de estudos e onde procedeu ao levantamento de todas as carências detectadas na zona para evitar e combater o abandono e desertificação da parte velha da cidade. Além do diagnóstico, o trabalho do GTL pretendia ainda definir incentivos para que os habitantes, e em especial os mais jovens, se fixassem no “coração” da “cidade neve”. A revitalização do comércio e serviços é uma das principais aspirações da autarquia, que pretende transformar o Centro Histórico num local turístico e atractivo para os moradores.

Ao todo, a nova empresa municipal irá recuperar cerca de dois mil fogos degradados no centro histórico da cidade e das 31 freguesias do concelho. Para o efeito, a autarquia já adquiriu cerca de 30 habitações, tendo já os projectos em concurso para proceder às obras necessárias de recuperação, adiantou a “O Interior” Carlos Pinto. A intervenção nos edifícios estará visível já este ano, mas «só no próximo» é que terá mais impacto, salientou o autarca.

A constituição da SRU foi aprovada em Novembro de 2004, um ano depois de ser anunciada. O vereador com o pelouro da Habitação, João Esgalhado, foi o escolhido para presidir a esta sociedade, constituída com um capital social de 500 mil euros entre a autarquia e privados para comprar, recuperar e vender todo o conjunto dos edifícios degradados que se encontram no concelho para habitação e comércio. Depois, foi só esperar a publicação da legislação que enquadra as novas sociedades de recuperação dos centros históricos para entrar em actividade. Isto permite também que a autarquia tenha poder e suporte legal para obrigar os proprietários a fazer obras e, em caso de recusa, expropriar as habitações. A intervenção da SRU é encarada como uma das obras mais emblemáticas dos próximos anos, por recuperar inúmeros imóveis degradados do “coração” da cidade, votado ao abandono há vários anos, tal como “O Interior” alertou há dois anos num especial dedicado ao centro histórico da Covilhã.

Liliana Correia

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