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Notícias da Academia

Quem ler certa imprensa sensacionalista da Guarda, também existe, claro! fica com a ideia do costume … lá pelo Politécnico continuam sem se entender… Não é verdade! Os professores dão as suas aulas, os alunos participam nelas. Acções de formação desenvolvem-se com números assinaláveis de participação. Nomeadamente, na Escola Superior de Educação da Guarda (ESEG) onde, por exemplo, no ano transacto uma Conferência sobre Sexualidade Infanto-Juvenil e Educação teve mais de 100 inscrições-participantes – é um número elevado para estas actividades, como sabe quem as promove.

Nesta região, no tempo presente de grave crise económica e social criada pela alta taxa de desemprego das profissões/actividades tradicionais na região (os têxteis e as actividades associadas), espera-se dos motores de progresso a capacidade para inovar e dar a volta a este clima. Na ESEG de há uns anos a esta parte tentamos, com consciência e com ciência, inverter a tendência de falta de alunos que ataca todo o ensino em Portugal e criar perfis de Cursos inovadores e virados para o mercado de trabalho e novos perfis de estudantes que mais que competências técnico-académicas desenvolvam saberes e práticas de agentes sociais apostados na transformação. O expoente máximo desta mudança na ESEG foi dado pelo passo de criar um Curso de Animação Sócio Cultural. Agora propomo-nos avançar criando um Curso de Artes Performativas Contemporâneas.

A região, e a Cidade da Guarda, em particular, sempre mantiveram uma relação com as vanguardas – só assim se percebe que o autor do cd de música contemporânea: “Oblique Music”, considerado pelos críticos do Público como um dos 10 melhores álbuns de música editados em Portugal em 2001, seja da Guarda e formado na ESEG (Victor Afonso) –, quer desde há quase trinta anos a esta parte com o Grupo de Teatro “Aquilo”, que é a instituição cultural mais activa na Cidade. O “Aquilo” apresenta, junto com a edilidade, o Festival Internacional de Música Experimental – Festival de Novas Músicas Ó da Guarda -, que é único no País e atrai especialistas do mundo inteiro em Artes Performativas, Poesia Experimental e Música de Vanguarda.

A região desde há muito que instala projectos culturais de grande ousadia e futuro, não foi só Maria João Pires que se instalou em Belgais, antes a artista plástica, luso-alemã, Maria Lino já se instalara em Feital/Trancoso onde realiza periodicamente Simpósios Internacionais de Arte de Vanguarda, O Grupo de Teatro das Beiras na Covilhã, A Companhia de dança de Paulo Ribeiro no Teatro Viriato em Viseu, o Grupo de Teatro ACERT em Tondela, e muitos mais poderíamos evocar. Sendo que nenhum deles procede à formação formal e institucional e, de modo nenhum, certifica licenciaturas ou bacharelatos, a ESEG propõe-se agora fazê-lo: criar e certificar um Curso de Artes Performativas Contemporâneas em banda larga, que permita um conhecimento e prática alargados das diversas artes contemporâneas, perspectivados de um ponto de vista de integração na comunidade envolvente e tido como factor de mudança.

Na Guarda e na sua região envolvente, existem Projectos culturais, falta-lhes o material humano que os suportem e mantenham, dando-lhes continuidade e sustentabilidade. A ESEG propõe-se fornecer os quadros da base desta pirâmide cultural – os performers.

Mário Gomes (Docente da ESEG)

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