É um assunto tratado e decidido no passado. Volto a repô-lo por parecer-me tal decisão menos respeitosa com o interesse nacional. Aliás todos os intervenientes, sem excepção, agiram concertados com os seus próprios interesses algumas vezes menos coincidentes com o interesse geral.
Refiro-me à data de realização dos dois actos eleitorais que se avizinham. Os quinze dias que as separam, a situação social e económica, a maior apatia na intervenção cívica, o impacto do discurso político e até os protagonistas políticos por vezes encarregam-se em contribuir muitas vezes para um maior número de cidadãos abstinentes nos actos eleitorais.
É evidente que durante estes meses não ouviremos outra “novela” que não seja umas e outras eleições para além dos largos meses de estágio que o Primeiro-Ministro tem vindo aceleradamente a cumprir meticulosamente na evidência das promessas semanais. Seguramente 2009 serviu praticamente e só para os próximos dois actos eleitorais…
O caro leitor questionar-se-á se não será melhor como foi decidido … tenho uma resposta diversa mas objectivamente a não coincidência das datas dos dois actos eleitorais releva simplesmente dos interesses partidários aos quais o Presidente da Republica acabou por aderir. Se tivesse fixado a mesma data estaríamos hoje a discutir somente o quão prejudicial seria para a democracia essa coincidência.
Contrapondo com o que se passou – salvaguardando as devidas diferenças – com a discussão em redor do Estatuto dos Açores percebe-se o terreno minado em que se move o Presidente da Republica.
Na última quinzena sucedeu a escolha dos candidatos a deputados pelas diversas forças partidárias. Perdoem-me as outras forças políticas mas refiro-me apenas aos dois maiores partidos no nosso distrito.
Veio a público, como sempre aliás, quanta “pimenta” estes processos têm e quanto em algumas circunstâncias a agenda mediática procura suprir o que não se consegue no terreno devido onde se estruturam e decidem, por enquanto, estes processos.
É óbvia a liberdade de quem escreve nos jornais e diz nas rádios mas apresentar opiniões maquinadas com base em descaradas mentiras para salvar a “desgraça alheia” já não é um bom método para a possível e desejada objectividade jornalística.
De todo o processo conhecido sobressaem duas listas de candidatos a deputados a do PS liderada por um cidadão oriundo e residente no Porto e a lista do PSD liderada por um cidadão jovem nascido, residente e com vida feita no nosso distrito.
Ressalva-se de seguida e elogio aqui a coincidência do respeito pelos líderes máximos das juventudes partidárias ambos colocados em quarto lugar.
Dos outros elementos de cada uma das listas espera-se que, sendo eleitos, provem a sua habilidade para o desempenho tendo por referência outros bons exemplos parlamentares num esforço continuado e aprofundado com a sociedade civil, com os autarcas da freguesia ao Presidente do município, com as associações representativas dos diversos sectores, vivenciando actividades que acontecem marcando alguma presença na comunicação social sempre que solicitados e procurarem perspectivar o possível enquadramento legal para os sectores essenciais contributivos de um desenvolvimento mais sustentado das nossas terras.
Veremos se os resultados eleitorais permitirão a desejável estabilidade governativa para também subsistir o tempo necessário à inserção e influência positiva na esfera parlamentar e governativa.
Outro dado importante para a decisão do eleitor prende-se com a interferência determinante do directório nacional do PS na escolha e ordenação da lista desse partido desvalorizando – correcta ou incorrectamente – a opinião dos de cá ou substituindo-se a quem não soube concitar e urdir uma estratégia onde se precavesse essa eventualidade.
Sem falsas modéstias aí o PDS leva clara vantagem pois os oito nomes que propôs aos órgãos nacionais foram aceites na sua totalidade o que pode revelar um amadurecimento político porventura bem mais desenvolto do que o do PS. Aliás, isso mesmo, se depreende das palavras dos dirigentes que já preparam a óbvia sucessão…
A decisão final cabe a cada um dos cidadãos olhando ainda aos percursos pessoais de cada um dos candidatos, à mais-valia local que possam trazer no presente mas particularmente no futuro e, mesmo tratando-se de uma eleição nacional, é bom que não se diminua a importância de continuarmos a ter actores locais e residentes de cá nos fóruns nacionais.
Mesmo desconsiderando este pretexto, na opinião de alguns, será que o inverso trouxe assim algum, pouco ou muito beneficio às nossas terras?
Duas notas finais agora relacionadas com as eleições autárquicas. A primeira refere-se ao grito de liberdade que saúdo e exulto a todos os candidatos que o aceitaram ser no concelho da Guarda pelos partidos de oposição. Permitam-me também que enalteça a disponibilidade dos meus dois Vice-Presidentes que protagonizam comigo e ainda um outro vogal da Comissão Politica candidaturas à liderança de freguesias.
É seguramente inédito no panorama político local este querer de quem democraticamente mereceu a confiança dos militantes nas eleições partidárias e agora vai procurar essa confiança junto dos cidadãos “provocando-os” nesta melancólica basofice de alguns socialistas locais que não se coíbem de proclamar já a vitória…
Última nota para a pretensa agitação autárquica que grassa. Ele é promessas, concursos e maquinaria pesada dispersa por ai. Um só fito!
Iludir com o movimento de última hora a paralisia e lamechice destes últimos quatro anos.
Por: João Prata *
* presidente da concelhia da Guarda do PSD
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