O IMAGO – Festival Internacional de Cinema Jovem do Fundão terminou no último sábado e, embora a organização ainda não tenha divulgado os números oficiais, os dois fins-de-semana abrangidos pelo evento foram os mais concorridos em termos de afluência de público. «Houve gente de todos os pontos do continente e de variadíssimos países da Europa», disse Sérgio Felizardo, elemento da organização.
A edição deste ano foi «de consolidação e envolveu sobretudo um trabalho de continuidade em relação a 2004», acrescentou, dizendo que estes factores terão contribuído para que o IMAGO 2005 tenha tido «um maior impacto» junto dos cinéfilos. Repartidos por três secções – Oficial International, Docs in Shorts e Under 25 – estiveram a concurso um total de 69 filmes, seleccionados entre 1.007 inscrições provenientes de mais de 61 países. Em liça estiveram mais de 10 mil euros em prémios atribuídos pelos júris internacionais. De resto, o IMAGO estreou um novo galardão, o “Onda Curta”, atribuído pelo Júri “2”. A entrega de prémios teve lugar no Pavilhão Multiusos, no último sábado, e no âmbito desta nova competição foram galardoados os filmes “The Raftman’s Razor” (EUA), “Time Zone Explained by use of light (Dinamarca), “Un beau matin” (França), “Willow drive” (Reino Unido). O júri “2”, constituído por Marcos Cruz (Diário de Notícias), António Rodrigues (Cinemateca Portuguesa) e João Garção Borges (RTP e canal A 2), decidiu ainda atribuir uma menção honrosa a “Phantom Limb”, de Jay Rosenblatt (EUA).
No que se refere à competição internacional, “The Raftman’s Razor”, de Keith Bearden, venceu o Grande Prémio Cidade do Fundão. O prémio Jovem Realizador Europeu foi para o francês Katell Quillévéré com o filme “A Bras le Corps”, enquanto “City Paradise”, de Gaelle Denis, obteve o Prémio do Júri da Competição Internacional. No “Docs in Shorts”, o melhor filme foi “Undressing my Mother”, do irlandês Ken Waerdrop”. Já na competição “Under 25”, “Bow tie for squareheads”, de Stephen Flint Müller (Alemanha), venceu na categoria de melhor filme internacional, enquanto “Lixo”, de Mário Filipe Faria, deu cartas na categoria nacional. Os prémios do público foram para “Cashback”, de Sean Ells; “Undressing my Mother” e “Bow tie for Squareheads”, nas categorias Competição Internacional, Docs in Shorts e Under 25, respectivamente.
O IMAGO 2005 teve um orçamento que rondou os 200 mil euros, mas Sérgio Felizardo lamenta que muitas portas se fecharam em termos de apoios. «A esfera da cultura ainda está muito centrada em zonas como Lisboa», constata o responsável, acrescentando tratar-se de «um universo muito fechado, até porque quem está nessa roda nem faz ideia do que se faz de bom no resto do país», critica. Apesar de tudo, o festival vai continuar em 2006, pelo que o projecto já foi entregue no Instituto do Cinema Audiovisual e Multimedia (ICAM). E para o ano haverá mais novidades, nem que seja pelo facto de acontecer muito provavelmente na Casa da Moagem, «que entretanto já estará funcional, proporcionando melhores condições ao público e à organização», refere Sérgio Felizardo.
Rosa Ramos
