O sol, o calor e a praia parecem atrair mais nesta Páscoa do que a neve e a serra. Daí, que as unidades hoteleiras da região estejam com taxas de ocupação inferiores às habituais para esta altura do ano. Em contrapartida, as agências de viagem já não têm destinos “quentes” para vender aos clientes, porque estão todos esgotados.
As unidades hoteleiras na Serra da Estrela estão com uma taxa de ocupação na ordem dos 60 a 70 por cento, «o que já é muito bom», adianta Artur Costa Pais, administrador da Turistrela, concessionária do turismo na serra mais alta de Portugal. Apesar da pouca procura, «este ano é melhor do que 2005, porque ainda há neve», sublinha. No entanto, o empresário admite que será «difícil atingir a lotação esgotada nesta altura do ano». Quem mais procura este destino para as férias da Páscoa são os portugueses e alguns espanhóis, acrescenta. Também Luís Veiga, administrador-executivo da IBM Hotéis, proprietária do Hotel Turismo, do Covilhã Parque Hotel, do Clube de Campo e do Vanguarda, contabiliza uma taxa de ocupação, na Covilhã, na ordem dos 60 por cento e, na Guarda, dos 50 por cento. Para este responsável, o produto sol e mar é um «maior atractivo» do que a serra e a neve. Por isso, esta Páscoa «é menos conseguida», também por causa da altura do ano em que calhou, pois há calor e a serra torna-se num destino de férias «pouco apetecível».
Sónia Marques, directora do Hotel Lusitânia Parque, na Guarda, também se queixa da fraca procura: «Não é aquela que estávamos à espera», confessa. Para já ainda só tem uma taxa de ocupação de cerca de 30 por cento, o que, comparativamente com o ano passado, «é muito baixa», constata. «Em 2005, o Carnaval foi mau e a Páscoa melhor. Este ano é ao contrário», diz, resignada, Sónia Marques. Os poucos que procuram a região para passar uns dias de descanso são, na sua maioria, portugueses e espanhóis. Para a directora, a explicação é simples: «As pessoas preferiram ir para a praia em vez da serra», garante. Melhor sorte tem a Pousada Senhora das Neves, em Almeida, que está como uma taxa de ocupação na ordem dos 70 por cento, adiantou a gerente, Ana Paula Almeida. No ano passado a Pousada estava «quase cheia», recorda, mas agora, «talvez por causa da crise, está um pouco mais fraco», adianta. Ana Paula Almeida ainda acredita que a unidade hoteleira possa encher, já que «os portugueses costumam decidir as férias à última hora e o bom tempo também convida as pessoas a saírem de casa», confia.
Enquanto por cá as unidades hoteleiras queixam-se da fraca adesão, lá fora não há um destino “quente” que não esteja lotado. «Tem havido muita procura e, neste momento, já está tudo esgotado, para o estrangeiro, desde que tenha praia e calor», garante Mónica Monteiro, da Anafi. Brasil, Caraíbas e Tunísia são alguns dos locais mais procurados para as férias dos guardenses. Em alternativa, as pessoas podem «ir até ao Algarve, onde ainda há lugares», sugere.
Patrícia Correia