1) O nosso compromisso com a Guarda para esta legislatura aposta numa estratégia para a Saúde que reforce o Hospital Sousa Martins na sua complementaridade regional reforçando os quadros médicos, técnicos e de enfermagem, sublinhando que teria a nossa oposição qualquer tentativa de menorização do Hospital da Guarda face a outros hospitais da região.
A criação do Centro Académico Clínico das Beiras com sede na Covilhã, no edifício da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, por muito abrangente e racional que seja o seu objetivo, e o facto de não ser dotado de personalidade jurídica ou de se manter a autonomia dos seus membros, avoluma um conjunto de preocupações no que respeita ao futuro dos cuidados hospitalares na Guarda.
Cada vez mais se nota reforçada a tendência já antiga de caminhar para uma centralização das respostas hospitalares regionais. O que não se decreta fomenta-se numa prática do facto consumado. Ninguém está contra eliminar muitos constrangimentos e alargar as possibilidades de cooperação institucional.
Todos compreendemos as potencialidades dessa cooperação entre a investigação, a aplicação de conhecimentos e o ensino na área da Saúde que são absolutamente indissociáveis e que a sua conjugação é “uma condição obrigatória para o sucesso de qualquer instituição que tenha como objetivo desenvolver cuidados de saúde de excelência e de elevada diferenciação”.
Dizer que a criação do Centro Académico Clínico potencia as capacidades de cada instituição é reconhecer que se vai alargar o fosso entre unidades e serviços, tornando ainda melhor os mais capazes e dotados de recursos humanos e técnicos de excelência.
Está assim a criar-se uma certa concorrência desleal entre hospitais e há especialidades que vão encerrar, designadamente na Guarda, por falta de médicos. Que especialista está interessado a concorrer para uma unidade em risco de perda e sem um conjunto de valências, se têm ao lado, a poucos quilómetros, uma alternativa de futuro.
Como não há coragem política para esvaziar certos hospitais de serviços até agora existentes vai-se contornar essa realidade, tomando medidas tecnocráticas envolvidas em roupagens de carácter institucional e científico.
É genuína a nossa apreensão e justificado o nosso alerta.
Há duas questões que quero deixar à reflexão dos meus concidadãos da Guarda:
• Que consequências imediatas e futuras tem para a Guarda a criação deste consórcio denominado Centro Académico Clinico das Beiras ao nível da sua ULS e Escola Superior de Saúde?
• Que razões justificam que a sua sede tenha de ser na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior e que reflexos isso tem na distribuição das valências hospitalares no seu território de influência?
Na Saúde e no Ensino Superior, justificar decisões no que já existe, pode ser fatal para nós.
Nem tontos, nem distraídos!
2) Almeida merece respeito. Como sede de concelho deve manter o seu balcão da CGD. Vilar Formoso, como maior fronteira terrestre portuguesa, deve ser o mais importante Centro de Coordenação Policial e Aduaneiro. Gostem ou não as autoridades espanholas. No distrito da Guarda não admitimos perder mais um único serviço, um único posto de trabalho. O Interior não pode ser só balada de campanha eleitoral.
Por: Santinho Pacheco
* Deputado do PS na Assembleia da República eleito pelo círculo da Guarda