Arquivo

Negócio da Quinta da Maúnça no Ministério Público

Álvaro Amaro anunciou na Assembleia Municipal a «esperança» de que apenas três escolas venham a encerrar no próximo ano letivo

A Câmara da Guarda vai remeter para o Ministério Público o negócio da aquisição do Espaço Educativo Florestal – Quinta da Maúnça, pelos executivos PS, em virtude da auditoria às contas do município ter suscitado dúvidas. O anúncio foi feito por Álvaro Amaro na reunião da Assembleia Municipal realizada na última segunda-feira, ocasião em que o autarca manifestou a «esperança» de que apenas três escolas do concelho venham a encerrar no próximo ano letivo.

Sobre a Quinta da Maúnça, o presidente do município frisou que «o que me dizem é que face ao que está escrito na auditoria externa, o melhor é remeter o assunto ao Ministério Público. Eu não ando à procura de ilícitos de ordem criminal, ou do que quer que seja, nem à procura de ninguém, nem de nada, eu quero é defender o interesse do município», sublinhou. O autarca defende que é preciso «esclarecer» os contornos do negócio e «que seja analisado se foi salvaguardado o interesse público, no caso, do município». «O que está na auditoria já é suficientemente claro em relação às dúvidas que nos levanta a todos, de modo que o melhor é pedirmos às entidades que esclareçam também, desde o tempo da aquisição até aos pagamentos que foram feitos, porque um foi feito muito recentemente a uma empresa que segundo diz a auditoria, já está dissolvida no portal do Ministério da Justiça há uns anos», reforçou Álvaro Amaro. O edil disse já ter lido que esse pagamento «é correto e legal«, mas por não ser «especialista na matéria», considera «importante que as autoridades esclareçam» o assunto. O autarca anunciou também que a autarquia vai fazer uma auditoria «técnica e específica» às obras realizadas no âmbito do Programa Polis, lembrando que no seguimento da auditora global às contas do município, que revelou um passivo total de cerca de 91 milhões de euros, «os próprios eleitos do PS querem que haja esse esclarecimento sobre o que aconteceu». Esta auditoria servirá para esclarecer onde estão as «disfunções» e «aquelas situações em que parece não coincidirem os registos com as dotações», frisou. «Vamos ver onde não diz a bota com a perdigota», ironizou.

Outro assunto incontornável na Assembleia Municipal foi o encerramento de escolas, tendo sido aprovada, uma moção, apresentada pelos deputados do Bloco de Esquerda, contra o fecho. Recorde-se que no âmbito do processo de reorganização da rede escolar, o Ministério da Educação anunciou o fecho das escolas da Rapoula, Cubo, Rio Diz, Rochoso e Vila Fernando. O documento, aprovado com 25 votos a favor e 41 abstenções, vai ser enviada ao ministro da Educação e aos grupos parlamentares da Assembleia da República, solicitando ao Ministério que «recue na decisão tomada». O Bloco sustenta que o fecho de escolas «leva à ausência de crianças nas aldeias» e »promove o desemprego de mais professores, educadores e auxiliares de educação». Sobre esta matéria, Álvaro Amaro manifestou a «esperança» de que ainda seja possível «baixar» o número de escolas a fechar no concelho, «apesar de a lista estar publicada». O autarca recordou que o número inicial era de 12, mas «foi possível baixar» para cinco, admitindo agora a possibilidade de apenas serem encerradas três escolas: «Acredito firmemente que vai ser possível manter as escolas de Vila Fernando e da Rapoula, pelo menos, mais um ano. É a minha esperança, não é a minha certeza», reforçou.

Ricardo Cordeiro Presidente da Câmara da Guarda quer dissipar «dúvidas» na transação do espaço educativo florestal

Sobre o autor

Leave a Reply