À porta da Câmara Municipal da Guarda, no domingo, à tarde, foram apresentados todos os candidatos à Assembleia Municipal e às Assembleias de Freguesia do Concelho da Guarda. Do Adão até Vila Garcia, todos desfilaram pelo palco, ao som da música do Toy. Na Praça do Município, o convidado de honra foi o secretário geral do partido, Miguel Macedo.
Da extensa lista apresentada constam o estreante Mário Sucena (Sé), o experiente João Prata (S. Miguel) ou António Carvalho (S. Vicente). Novidades são mesmo os jovens e as mulheres, como Tânia Cameira (Marmeleiro), Maria Fonseca (Maçainhas), ou Sónia Matos (Gagos), entre tantas outras candidatas. O PSD apoia ainda as listas independentes em Famalicão, Faia, Pousade e Vela. Por ali passaram 49 listas de freguesia, mas ao todo são cinquenta e cinco freguesias, já que algumas são elegidas em plenário. Depois de todos terem subido ao palco, o candidato à Assembleia Municipal da Guarda, Manuel Rodrigues, apresentou a sua equipa constituída por pessoas que «nasceram cá e optaram por viver na nossa terra, ao contrário de outros que vêm de fora e que agora querem vir para cá calçar as pantufas», numa clara alusão ao cabeça de lista socialista, João Almeida Santos. Mas as críticas não se ficaram por aqui. O candidato sublinhou a necessidade de «mudar» porque a Guarda, «em vez do desenvolvimento, cultivou o conformismo e o imobilismo», justificou. Para Manuel Rodrigues, a Assembleia Municipal caiu numa verdadeira «letargia», pelo que é necessário «não permitir mais uma maquilhagem da mesma gestão».
Já o secretário-geral do PSD, Miguel Macedo, veio trazer uma palavra de solidariedade e confiança à líder laranja, Ana Manso. «Não há que ter medo da mudança», desafiou o dirigente nacional, para quem «não vai ser um candidato recauchutado que vai trazer hoje virtualidades diferentes a um projecto que está esgotado», considerou, referindo-se a Joaquim Valente. Uma deixa aproveitada por Ana Manso para criticar o adversário do PS, acusando o programa socialista de ser «uma colagem» às propostas anunciadas por si em apresentações públicas, debates ou entrevistas. Contudo, a candidatura de Valente ainda foi apelidada de «oca, vazia, sem estratégia, sem rumo e sem ambição». Para Ana Manso, as ideias e os seus projectos estão todos reunidos num só compromisso: «O amor à Guarda», o qual exige cuidar da qualidade de vida e do bem estar dos guardenses, «tratar bem» o ambiente e ter uma politica pró-activa para a juventude. Para tal, a candidata garante que vai exigir um planeamento estratégico, atrair investimento e empresas, para além de melhorar as estradas e os caminhos rurais. Pretende igualmente «arrumar» a cidade, ordenar o trânsito e criar estacionamentos, bem como cuidar dos espaços verdes e revitalizar o centro histórico.
Os espaços rurais também não foram esquecidos, já que a social-democrata tenciona revitalizá-los «com a reapreciação do PDM através do alargamento do perímetro urbano». Ana Manso anunciou de resto que tenciona criar um cartão social municipal, «com benefícios a nível da redução da factura da água em 50 por cento, com turismo sénior, transportes gratuitos, descontos no comércio tradicional e melhores cuidados de saúde». Tal como pretende criar “equipas de rua” de apoio ao domicílio que «permitam aos idosos nos seus lares a manutenção da sua rede de afectos», explica. A candidata acha determinante que se aposte também no turismo e nas energias renováveis, aproveitando as riquezas naturais, sendo a Barragem do Caldeirão um dos «principais atractivos». Alertou igualmente para a necessidade de devolver a cultura aos guardenses, «recuperando as feiras de S. João e S. Francisco e criando a Feira Internacional de Actividades Económicas». Outra das suas prioridades passa pela construção de um pavilhão multiusos e de um espaço para congressos e exposições. Por último, a candidata social-democrata prometeu transformar a Guarda «na capital» do interior e na «Rainha da Estrela».
Patrícia Correia