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«Não é a posteriori que se deve pôr em causa o que deveria ter sido dito antes das eleições»

Cara a Cara – Entrevista

P – Como reage às acusações de fraude e de «irregularidades graves perfeitamente demonstráveis» do seu adversário nestas eleições?

R – O escrutínio decorreu a 20 de Dezembro de forma normal e calma. Não houve problemas, para além de duas situações com pessoas que julgavam que tinham condições para votar e que não o podiam fazer. Tirando isso, se houve mais alguma coisa considerada de relevante pelo meu opositor, deverá denunciá-la no sítio próprio, sob pena dessas acusações terem o valor que têm, tendo sido ditas onde o foram. As eleições são um processo burocrático e as pessoas podem questioná-lo na altura própria. Não o tendo feito, e aceite o processo com a apresentação de lista e ido a eleições, não é a posteriori que se deve pôr em causa aquilo que deveria ter sido dito antes das eleições. Penso que essas afirmações não passam de um desabafo. É normal, porque ninguém gosta de perder, nem a feijões. Agora é altura de todos fazermos força para que o NDS possa ser cada vez maior e funcionar da melhor forma.

P – Qual é a situação financeira do clube?

R – A mesma de sempre desde que a conheço, há mais de 20 anos. Tem sido uma situação que não é boa, mas felizmente é controlável. Neste momento está controlada, coisa que não estaria a determinada altura, fruto de investimentos necessários, mas não é famosa. Neste momento, o NDS tem bastante dinheiro a receber da Câmara da Guarda, que, infelizmente, não tem tido a disponibilidade financeira que todos gostaríamos. São verbas que nos fazem imensa falta e que ajudariam, já não digo a resolver os problemas de um dia para o outro, mas, pelo menos, a minimizá-los para podermos solucionar as nossas dificuldades financeiras para com os nossos fornecedores. No entanto, e felizmente, a situação está minimamente controlada e vamos conseguindo, de forma lenta, é certo, liquidar as nossas dívidas e as de direcções anteriores.

P – Porque é que o salão de convívio que o clube tinha no Largo Monsenhor Alves Brás encerrou?

R – O espaço fechou ainda antes das eleições. Destinava-se apenas aos sócios do NDS e tem tido, digamos, menos sorte em conseguir ter pessoas à frente que tomassem conta daquilo como devia ser. Daí que tenha andado a trocar de pessoas desde que abriu e como a última pessoa que lá esteve também se foi embora, e não arranjaram outra para a substituir, não havia ninguém para tomar conta daquilo. Isto porque aquilo estava sob a alçada do desporto/futebol e de António Pissarra, vice-presidente da direcção cessante. Não havendo outra pessoa, o salão tem estado efectivamente fechado. No futuro, ainda não sabemos o que irá acontecer. Infelizmente, em nenhum mês conseguimos ter um saldo, já não digo positivo, mas que fosse saldo zero entre o deve e o haver. Nesse sentido, o movimento que gera não permite pensar que é fácil de manter, porque é preciso pagar todas as contas, além da renda.

P – Acredita que é desta que o Campo do Carapito vai ter um relvado sintético?

R – Acredito que as condições sejam agora mais favoráveis com o novo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), que permite apresentar candidaturas na área do desporto, o que poderá resolver essa questão. Aliás, comparativamente há seis ou sete anos atrás, esses pisos já diminuíram bastante de preço. No entanto, estamos a falar de um investimento na ordem dos 300 mil euros e não é fácil. De certeza absoluta que não se consegue fazer sem o apoio de outras entidades, entre as quais a Câmara. É um investimento grande, mas penso que começa a ser realizável.

P – A introdução de novas modalidades está nos seus planos para este mandato?

R – Sim. É evidente que a visibilidade vai toda para o futebol, embora o NDS tenha outras actividades que também lhe dão uma projecção grande na acção social, desde a infância até à terceira idade, passando pelas minorias éticas e imigração. No desporto temos ainda a pesca desportiva e as caminhadas, que promovemos regularmente. Neste mandato queremos tentar avançar com o basquetebol, embora saibamos que é difícil porque no interior, infelizmente, há cada vez menos pessoas. Reactivar o voleibol, que já foi uma referência no clube, é mais difícil, até porque o desporto escolar veio colmatar uma falha que havia nessa modalidade.

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