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Na liderança do PSD, a mudança será sempre melhor do que a continuidade!

Quando há cerca de dois meses fui contactado no sentido de apoiar a candidatura de Luís Filipe Menezes, não hesitei em decidir que, perante as duas candidaturas anunciadas, a que corporiza uma mudança em termos de estratégia, de procedimentos e de modus operandi, é a que melhor serve os interesses do PSD e do próprio país.

Com efeito, o primeiro sinal de que o actual Presidente do Partido, não seguiu o melhor caminho, foi o próprio modo e o momento como anunciou estas eleições directas.

O sufrágio directo para a escolha do Presidente do PSD (e candidato a primeiro Ministro de Portugal) deveria ser um factor de mobilização de todo o PSD e da própria sociedade portuguesa.

O actual presidente, em vez de encontrar um momento galvanizador e de união dos militantes do PSD para anunciar as directas como acto mobilizador, utilizou-as numa “noite negra”, na sequência de uma estratégia manifestamente errática para Lisboa, para não ficar submerso em tal naufrágio.

Penso que estas actuações tácticas, próprias de homens de aparelhos, apesar de muitas vezes serem úteis e até meritórias, não são a expressão de líderes carismáticos, capazes de levar o PSD a vitórias.

Acredito que Luís Filipe Menezes actua com outra emoção e noutro plano, capaz de alcançar outras mobilizações.

É certo que Marques Mendes, desde os governos de Cavaco Silva se tem mantido nas tácticas, na organização do aparelho partidário. Porém, este percurso fá-lo refém desta realidade, não resistindo a interferir em estratégias municipais (onde o partido deveria actuar com autonomia e respeitar o pulsar das populações locais) e em pugnas locais e distritais (onde as bases não deveriam receber interferências!).

Historicamente, o PSD cresceu, motivou a adesão das bases da sociedade portuguesa e os seus grandes líderes deixaram tais militantes actuar e decidir!

É inquestionável que o actual Presidente do Partido tem estado na oposição em circunstâncias especialmente difíceis. No entanto, perante o desnorte da governação, não existem causas corporizadas e vencidas pelo Presidente do PSD.

Comparando a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa, em circunstâncias bem difíceis na oposição, concluímos: Nessa altura, o PSD não ganhou as eleições, mas ganhou as causas que defendeu: as questões do referendo, do aborto, da regionalização dominaram a agenda política, sob o comando do PSD com o seu então Presidente.

Não tem havido consistência na actuação e as causas que o governo e o Partido Socialista perdem não são ganhas e não capitalizam a favor do PSD!

Vejamos o exemplo da OTA e do novo aeroporto; não fosse o relatório da CIP – Confederação da Industria Portuguesa – e o sinal do Presidente da República e o assunto não atingiria a dimensão política que deveria assumir.

Se a actuação táctica e a organização do aparelho partidário devem existir, um Presidente e um líder, deve ter ALMA, mostrar emoções e corporizar causas mobilizadoras do Partido e do País.

Entendo que, entre os candidatos nestas directas, Menezes corporiza esta vertente que o PSD precisa!

Por: Manuel Batista Rodrigues, militante do PSD

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