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Música e dança no Festival Y

Helena Botto, David Fernández, Rita Natálio e os Miso Ensemble apresentam novas propostas na Covilhã, Fundão e Guarda

As novas propostas das artes performativas continuam em destaque nos palcos da região. Esta noite, o Festival Y, organizado pela Quarta Parede, apresenta na Covilhã uma criação híbrida que cruza a performance, a fotografia, o vídeo, a imagem em tempo, a música e fragmentos de textos de “Câmara Clara”, de Roland Barthes, e de “Crave”, de Sarah Kane. A proposta intitula-se “O Álbum” e está em cena no auditório do Teatro das Beiras, numa criação de Helena Botto.

No sábado, o espanhol David Fernández protagoniza “El corazón, la boca, los hechos y la vida” no pequeno auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG). Trata-se de uma produção que aposta nos diferentes recursos tecnológicos presentes na vida quotidiana, como os ecrãs, os comandos ou os videojogos, para dar voz à personagem de Benhard Bach, o sexto filho do célebre compositor alemão, que fala de música, do «seu desassossego, da sua raiva e do seu pai», refere a produção. Na mesma noite, a Moagem, no Fundão, acolhe o projecto de improvisação “Nada do que dissemos até agora teve a ver comigo”, de Rita Natálio, para três performers. Em cena, António Júlio, Cláudio da Silva e Nuno Lucas improvisam sobre um conjunto de testemunhos recolhidos previamente do exterior através de entrevistas, encontros ou apropriações espontâneas. O resultado procura reflectir sobre fenómenos de construção/narração identitária através de registos na primeira pessoa.

Na quarta-feira, o Y regressa à Guarda pela mão do Miso Ensemble. Miguel e Paula Azguime actuam no pequeno auditório do TMG com “Itinerário do sal”, uma criação sobre a escrita musical, poética e gestual do músico/actor e da sua própria imagem, onde a voz é o prolongamento do corpo e do pensamento do poeta. O resultado é definido pela dupla de músicos/compositores/instrumentistas como uma «ópera electroacústica». O Miso Ensemble é um duo de flauta e percussão com electrónica em tempo real. Fundado em 1985 pelo percussionista Miguel Azguime e pela flautista Paula Azguime, o projecto tem-se evidenciado pela originalidade dos programas apresentados em concerto e pela diversidade das obras criadas.

“Itinerário do Sal” é uma «ópera electroacústica» dos Miso Ensemble

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