Ao fim de dois anos de funcionamento, o Museu Judaico de Belmonte já registou mais de 16 mil visitantes. Inaugurado a 17 de Abril de 2005, o primeiro espaço museológico do país dedicado ao judaísmo é considerado actualmente um verdadeiro caso de sucesso na região.
A comprová-lo está o elevado número de visitantes que recebeu nestes primeiros dois anos de actividade, sendo que, em 2006, foi visitado por cerca de 11.500 pessoas. «O museu é extremamente importante a nível local, regional e nacional», considera Vítor Teixeira. O administrador da Empresa Municipal de Belmonte sublinha ainda que o espaço é muito procurado por «portugueses e estrangeiros, tal como alunos de vários pontos do país que pretendem fazer estudos sobre o judaísmo», com o objectivo de consultarem e obterem documentação sobre essa religião. Um dos segredos para esta afluência parece passar pela interactividade que existe neste equipamento. «Procuramos que os nossos museus sejam interactivos e com várias exposições», acrescenta o responsável. Nesse sentido, o Museu Judaico está em «constante mudança», já que a administração tenta ter patente diferentes exposições ao longo do ano «para que as pessoas possam voltar e ver coisas diferentes», diz. Entretanto, os responsáveis pretendem instalar brevemente novos expositores de forma a permitir a apresentação de mais espólio, «o que permitirá uma renovação constante do museu», adianta.
Sendo já um espaço de referência para o concelho, o Museu Judaico de Belmonte tem vindo a afirmar-se «pela qualidade do seu espólio, mas também pelas visitas guiadas», afirma Vítor Teixeira. Quanto aos projectos, o administrador da empresa municipal responsável por todos os espaços museológicos da vila diz que está para breve a concretização de um Gabinete de Estudos Judaicos. A autarquia está a apostar na criação deste centro enquanto unidade de investigação e divulgação dos estudos judaicos. O espaço integra um importante arquivo de documentação histórica e uma biblioteca especializada, complementados por recursos informáticos e tratamento de dados. «O gabinete ficará no próprio museu para que os nossos visitantes possam realizar pesquisas», adianta. Contudo, a sua concretização ainda depende da aquisição de livros sobre esta religião, por isso a empresa municipal já está a estabelecer contactos para reunir livros de todo o mundo sobre o judaísmo e aumentar o seu espólio. Em Belmonte, a história dos judeus remonta ao século XIII (1297), subsistindo ainda hoje com organização e cumprindo os principais ritos religiosos. O Museu Judaico ilustra a história dos judeus portugueses, a sua integração na sociedade e o seu contributo na cultura, arte, literatura, comércio e ofícios.
Tânia Santos