A obra de Júlio Pomar, que morreu hoje em Lisboa aos 92 anos, está patente no Museu do Côa numa grande exposição que reúne cerca de duas centenas de desenhos, pinturas, esculturas e ensaios para tecelagem.
A mostra “Incisão no Tempo” foi inaugurada a 17 de março e inclui um núcleo de gravuras de Júlio Pomar, permitindo estabelecer uma “relação” com as gravuras rupestres do Vale do Côa. Ao longo das várias salas do museu estão expostos trabalhos datados de diversas fases do percurso do artista plástico e que dão conta dos seus 70 anos de carreira.
«Esta exposição é importante e simbólica para nós, já que procura fazer sair da metrópole o espólio artístico de Júlio Pomar tentando, assim, descentralizar a sua atividade por outros espaços culturais do país», afirmou na altura a curadora Sara Antónia Matos.
A inauguração contou com a presença do ministro da Cultura, para quem esta exposição «é um grande acontecimento para o Museu do Côa» por se tratar de um artista contemporâneo que «se instalou junto do apelo e do gesto daquele homem da pré-história que gravou na pedra diversas figuras de animais e objetos», disse Luís Filipe de Castro Mendes.
A exposição resulta de uma parceria entre a Fundação Côa Parque e o Atelier-Museu Júlio Pomar.