Arquivo

Museu do Côa adjudicado

Grupo nortenho MonteAdriano vai construir obra orçada em mais de 11,5 milhões de euros

Já foi adjudicada a construção das instalações e infraestruturas do Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa, em Vila Nova de Foz Côa, soube “O Interior” junto de fonte da Direcção Regional dos Edifícios e Monumentos do Centro (DREMC). Das 21 propostas que estavam em cima da mesa foi escolhido o grupo nortenho “MonteAdriano”, desconhecendo-se, há hora do fecho desta edição, os valores da proposta vencedora.

O Ministério da Cultura espera que o novo museu possa estar pronto para ser inaugurado no último trimestre de 2008, treze anos depois de ter sido prometido pelo Governo de António Guterres para o Vale do Côa. «Já foi autorizada a adjudicação», confirmou Afonso Mira, da DREMC. A empresa vencedora nasceu no ano passado da fusão da Monte & Monte com a Sociedade de Empreitadas Adriano, que deu origem a um novo projecto empresarial que já ocupa o sexto lugar no “ranking”das empresas nacionais no sector da construção civil e obras públicas. Como “O Interior” já tinha avançado em Outubro, havia 21 interessados na edificação daquela estrutura há muito desejada na região, entre os quais vários consórcios portugueses e também luso-espanhóis. O preço-base dos trabalhos é de mais de 11,5 milhões de euros, sendo o seu financiamento assegurado pelas verbas inscritas no PIDDAC do IPA – Instituto Português de Arqueologia. A partir da data da consignação, a empresa vencedora tem 600 dias para concluir a obra. O prazo para a entrega de propostas tinha terminado no dia 14 de Setembro, numa iniciativa do IPA, que é o dono da obra, com a colaboração da Direcção Regional de Edifícios e Monumentos do Centro.

Depois de quase uma década de espera, a construção do Museu do Côa foi finalmente posta a concurso público a 24 de Julho. Contrariamente ao esperado, a empreitada é da responsabilidade do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional e não do da Cultura. De realçar que este concurso exclui o equipamento e restringe-se apenas às instalações e infra-estruturas do edifício. O Museu foi inicialmente pensado para a zona onde começou a ser construída a barragem, na Canada do Inferno, mas a obra foi suspensa com a descoberta das gravuras no rio Côa. Posteriormente, o museu foi reavaliado e deslocalizado para uma encosta sobranceira à confluência dos rios Douro e Côa, no Vale de José Esteves, na zona Norte do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). Foi para este local – uma área de seis mil metros quadrados e 190 metros de cumprimento, o equivalente a um porta-aviões – que os arquitectos Tiago Pimentel e Camilo Rebelo idealizaram um monólito com janelas em frestas, semi-enterrado e com oito metros de altura na vertente virada para o vale do Douro. A dupla portuense foi a vencedora, em Maio de 2004, do concurso público internacional, organizado pela Ordem dos Arquitectos, para a concepção do museu. A sua proposta mereceu rasgados elogios do júri e um prémio de 25 mil euros. Com uma forma triangular, o museu será o resultado de três condições topográficas, em que o ponto mais alto do terreno está “entalado” entre os Vales do Forno e o de José Esteves, abrindo uma terceira frente que vai de encontro aos rios Douro e Côa.

Patrícia Correia

Sobre o autor

Leave a Reply