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Muro em «perigo iminente de ruína» há 5 anos na Covilhã

Câmara garante que actualmente «não há perigo», mas os moradores estão preocupados

Cinco anos após a ameaça de derrocada do muro da Calçada Alta, na Covilhã, as obras então anunciadas pela Câmara para «breve», em dois painéis de alerta de «ruína iminente», tardam em chegar. A autarquia ainda não conclui o processo de aquisição dos terrenos, de propriedade privada. Com mais um Inverno à porta, moradores e utilizadores desta rua que liga a Marquês d’Ávila e Bolama à zona baixa da cidade dizem temer que possa ser desta que o muro vai abaixo.

«Se vierem aí chuvas torrenciais é bem capaz de cair», avalia Álvaro Carvalho, um dos residentes, ao antever que, a acontecer, «pode apanhar alguém». Além disso, «se cai ficamos aqui sem qualquer acesso», acrescenta, adiantando que alguns moradores da Calçada Alta deverão entretanto ir à Câmara para perceber como estão as negociações dos terrenos e tentar resolver o problema. «Os painéis estão aí há tanto tempo que as pessoas até se esquecem deles», diz o morador, explicando assim a indiferença de muitos quanto a esta situação. Ao longo desta via de sentido único, de intensa circulação, há carros parados mesmo junto aos avisos, com os automobilistas a arriscarem, pelo menos, uma multa. Os lugares de estacionamento, esses, estão quase sempre cheios. «As pessoas não têm onde deixar os carros», queixa-se outra moradora, Maria Pessoa, que acaba de ver a filha parar o seu mesmo ao lado de um dos painéis. «Deviam tirar daqui o muro e fazer lugares de estacionamentos», sugere.

O projecto da Câmara da Covilhã assenta, de resto, no alargamento da rua entre quatro a seis metros, exactamente com esse intuito, prevendo-se ainda a construção de um passeio. O muro, com uma extensão de mais de 300 metros, deverá assim recuar. A juntar-se aos problemas no tráfego automóvel está a dimensão da própria via, que é estreita e acaba por “atirar” os peões para o lado do muro, onde a circulação pedonal é interdita: «Como é muito apertada e estão sempre carros a passar, temos de nos encostar», diz, por sua vez, Paula Queirós. Esta estudante universitária utiliza a rua diariamente e «várias vezes ao dia». Para quem anda a pé e mora ao fundo da artéria, «não há alternativa», garante. O mesmo acontece com as suas colegas Andreia Goreti e Márcia Tavares, que também têm esta via no roteiro do dia-a-dia. «Acho que é muito perigoso», comenta Márcia Tavares, ao recordar que um pouco mais abaixo, no Parque da Goldra, «já houve um [muro] que caiu» este ano, por duas vezes. Andreia Goreti também concorda que «é perigoso» e diz-se receosa em relação aos próximos meses e ao mau tempo do Inverno.

Apesar dos painéis de aviso colocados na via, o presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, garante que o muro «não apresenta, para já, perigo». A autarquia tem vindo a realizar pequenas intervenções de reforço ao longo dos 300 metros de extensão e a situação está a ser acompanhada pelo departamento de Engenharia Civil da Universidade da Beira Interior (UBI) – instituição que, no início de 2004, concluiu que a estrutura apresentava perigo de desmoronamento, na sequência de um estudo para verificar a estabilidade do muro. Relativamente aos terrenos, um dos proprietários é o empresário Paulo de Oliveira, com quem a autarquia não conseguiu ainda negociar, avançando para o contencioso. «O proprietário está notificado», diz apenas Carlos Pinto, sem adiantar mais pormenores. Veja a reportagem em www.ointerior.tv.

Apesar dos avisos, há quem estacione junto ao muro

Comentários dos nossos leitores
Luis Silva luis.silva@gmail.com
Comentário:
Enfim lamento que na grande generalidade dos casos, cada vez que se fala da Covilhã, neste jornal, é para dizer mal… Deixem-se de rivalidades que não vos vale a pena….
 

Muro em «perigo iminente de ruína» há 5 anos
        na Covilhã

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