O silo do Sporting Clube da Covilhã vai passar para a gestão da ParqC, empresa concessionária do silo da Praça do Município com 374 lugares subterrâneos e de mais 170 lugares tarifados à superfície no centro da cidade. A cedência de exploração do parque de estacionamento subterrâneo dos “leões da Serra” foi aprovada na semana passada pela maioria social-democrata na Câmara da Covilhã.
Uma concessão que já estava a ser negociada há algum tempo entre as duas entidades por causa das dificuldades financeiras do clube, agravadas com as quebras de receitas do silo-auto após a abertura do novo parque de estacionamento no centro da cidade. Um prejuízo «à volta dos dois mil contos (dez mil euros)» com os gastos da manutenção, o pagamento de seis funcionários, bilhetes e despesas correntes como a água, luz e o telefone, explica João Petrucci, sem, no entanto, adiantar as alterações ao contrato pré-acordado entre o Sporting e a ParqC e que foram aprovadas em sessão de Câmara. «Ainda não tenho o despacho», justificou. A única alteração terá sido a implementação de uma cláusula no contrato que obriga a ParqC a comunicar à Câmara «qualquer alteração» naquele espaço para além do estacionamento, clarifica o vereador socialista Miguel Nascimento, explicando que a empresa passará também a «submeter os aumentos do tarifário» à aprovação da autarquia. Em contrapartida, o clube beneficiará de um apoio mensal de 20 mil euros «até Junho», sendo depois «equacionado para os restantes seis meses do ano», acrescenta.
Mas os restantes pormenores da concessão, como o valor global da cedência do silo e o prazo de concessão, continua no “segredo dos deuses”. «A única coisa que importa é a aprovação do documento e da autorização da cedência», frisa Carlos Pinto, sem adiantar mais nada. Contudo, o socialista não vê com “bons olhos” esta cedência do parque de estacionamento, já que se absteve na votação para «não prejudicar o Sporting da Covilhã». No entanto, prevê sérias «dificuldades» a médio e longo prazo para os cidadãos por este monopólio da ParqC, que passa a ter o «controlo de todo o negócio do estacionamento» nos próximos 30 anos. Nesse sentido, alerta ainda que o novo Regulamento das Zonas de Estacionamento Tarifado (ZET) no centro da cidade irá prejudicar ainda mais os moradores e comerciantes, podendo contribuir até para a desertificação daquela zona. «Dizem que não se colocarão mais parquímetros, mas para que é que serve um cartão de residente nessas zonas? É para as pessoas estacionarem nos sítios que não querem ou é para estacionarem nos sítios que estão a ser marcados como lugares de estacionamento tarifado no solo», questiona, receando que os covilhanenses estejam «a pagar aos poucos» a obra «a custo zero» do silo do Pelourinho.
Liliana Correia