Em virtude da demissão do ainda provedor Pedro Paiva, foram agendadas para amanhã eleições para a Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, mas não foi apresentada qualquer lista de candidatos. Face a esta situação, o presidente da Assembleia-Geral decidiu convocar uma reunião extraordinária de irmãos para dia 18.
António Rocha Pereira refere que as funções dos órgãos demissionários estão «limitadas à gestão corrente», o que «não é compatível com a tomada de algumas decisões, nem com o normal e regular funcionamento da instituição». Nesse sentido, tendo em consideração a «impossibilidade e inutilidade» do ato eleitoral convocado e a «situação atípica em que se encontra a governabilidade» da Misericórdia, foi convocada para 18 de julho uma Assembleia-Geral extraordinária com «poderes eleitorais». A reunião, que vai decorrer na sede, visa encontrar uma «normal solução de governabilidade da instituição» e, atendendo à «atual situação de emergência que se criou», as listas de candidatos à Mesa da Assembleia-Geral, Mesa Administrativa e Definitório (Conselho Fiscal) podem ser apresentadas até às 17 horas desse dia, «sendo que, após verificadas», serão submetidas a votação entre as 18 e as 21 horas.
Caso volte a não haver candidatos, a AG irá «procurar, com os irmãos presentes», uma solução diretiva, o que passa, nomeadamente, por «tentar organizar uma lista de candidatura e produzir deliberação no sentido de a submeter a sufrágio». Se ainda assim, esta alternativa não for viável, o órgão presidido por Rocha Pereira irá produzir «deliberação ou deliberações que apontem para, em articulação com a entidade eclesiástica competente, a formação dos mecanismos destinados a governar a instituição enquanto não for possível surgir a solução de normal e regular governabilidade». Recorde-se que a situação foi despoletada pelo pedido de demissão de Pedro Paiva no final de maio. O empresário, que invocou motivos pessoais e profissionais, foi eleito provedor em janeiro de 2012.
Ricardo Cordeiro