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Misericórdia da Covilhã reclama 600 mil euros ao Ministério da Saúde

Provedor avisa que está em causa a «sustentabilidade» da instituição e não afasta cenário de demissão

A Misericórdia da Covilhã continua à espera que o Ministério da Saúde salde uma dívida de cerca de 600 mil euros relativos a uma indemnização compensatória pelo uso das instalações do antigo hospital da cidade. O provedor avisa que esta situação «pode por em causa a sustentabilidade» da instituição.

Pedro Paiva recorda que, em fevereiro do ano passado, o ministro Paulo Macedo prometeu «analisar rapidamente» o caso, mas que, quase um ano depois, «ainda não houve resposta do ministro, do secretário de Estado, nem de qualquer outro representante da tutela», apesar de «outras insistências», refere. O responsável alerta que, «além da dívida em si, há a questão dos encargos» com um empréstimo contraído no valor a receber e que devido à subida dos juros já ascendem aos 50 mil euros por ano. «É uma situação que a instituição não pode continuar a suportar», adianta Pedro Paiva, alegando que poderá haver salários em atraso na Misericórdia se a verba não for paga «rapidamente ou se não se fizer um plano de liquidação».

«A instituição tem direito a receber esse dinheiro, ainda não o recebeu, e tem de continuar a pagar um encargo terrível sobre ele», reitera Pedro Paiva, para quem «alguém terá de assumir a responsabilidade do pagamento, ou do não pagamento». «Se não quiserem pagar que o digam, para que nós possamos dizer à banca que também não pagamos», refere. Com a crescente asfixia financeira da instituição, o provedor não descarta a hipótese de se demitir. «Não é uma situação que goste, mas se for necessário não terei outro remédio que não seja apresentar a demissão», avisa Pedro Paiva, sublinhando que este problema torna «muito mais difícil» o trabalho de «dar sustentabilidade» à instituição. «Porém, tudo farei para evitar que isso aconteça, até porque não vejo necessidade de chegar a esse ponto», conclui o responsável. O caso arrasta-se há 13 anos, podendo a dívida atingir os 700 mil euros com o acréscimo de juros.

Dívida já tem 13 anos e deve-se ao uso das instalações do antigo hospital

Misericórdia da Covilhã reclama 600 mil
        euros ao Ministério da Saúde

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