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Ministro impressionado com Têxtil Manuel Rodrigues Tavares

A última empresa do sector a laborar na Guarda exporta 60 por cento da sua produção e tem clientes na China e no Japão

A Sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, a última empresa do sector a laborar na Guarda, recuou nas origens e apostou em novos produtos para enfrentar a concorrência dos países asiáticos e conseguiu sobreviver à crise que tem dizimado o sector nas últimas décadas. Esta estratégia e os seus resultados foram considerados «um exemplo» pelo ministro da Economia e Inovação, que visitou as duas fábricas na passada sexta-feira.

«Fiquei impressionado com a postura e o exemplo desta empresa, que, acima de tudo, busca oportunidades e tem conseguido sucesso», elogiou Teixeira dos Santos, para quem apostar nos mercados externos é o caminho a seguir. «O peso da exportação na economia nacional aumentou um pouco nos últimos anos, passando de 29 para 32 por cento. Mas temos que ser mais ambiciosos e lançar a nossa economia no exterior com um processo de internacionalização que seja agressivo. Ter um sector exportador que pese 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) é um objectivo a atingir, mas requer esforços de todos, nomeadamente das PME com essa vocação», reconheceu. Para ajudar, Teixeira dos Santos revelou que será lançado o programa Inovexport para colocar nestas empresas jovens quadros com experiências de internacionalização.

De resto, recordou que o Governo tem «ajudado muito» a indústria têxtil e da moda, sector considerado «um “cluster” importante para a nossa competitividade», tendo sido concedidos cerca de 550 milhões de euros a mais de 2.000 empresas através «do crédito atribuído pelo PME Invest, de um sistema de incentivos e de capital de risco», exemplificou. A Sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares emprega 220 pessoas nas suas fábricas da Guarda (na Dorna e na Gata) e Covilhã para a lavagem de lã e produção de fio. «Temos aumentado a facturação cerca de 5 a 10 por cento todos os anos. Em 2008 foram quase oito milhões de euros», declarou Pedro Tavares aos jornalistas. O administrador explicou o sucesso com a posta em novos produtos que têm permitido aumentar as exportações. «Actualmente, cerca de 60 por cento da nossa produção vai para o estrangeiro e tem tendência a aumentar», disse, destacando o facto da empresa conseguir colocar matéria-prima em países como a China e o Japão.

«Acreditamos que o emagrecimento dos têxteis vai continuar, mas abrem-se novos mercados e preparámo-nos para o produto que transformamos, já que não conseguimos ser concorrenciais no fio e nos produtos com valor acrescentado. O nosso investimento foi recuar no processo», referiu. Tanto assim que até a gordura da lã das ovelhas – a lanolina – é agora aproveitada, tratada e exportada para o Japão onde é usada em cosméticos e produtos alimentares. «O que impede as pessoas de ir mais além são elas próprias», sublinhou Pedro Tavares, adiantando que a mudança da Dorna para a fábrica da Gata só acontecerá quando a conjuntura económica for favorável. «Está tudo preparado para receber máquinas e trabalhadores, mas é preciso deixar passar a crise para avançarmos com os pés assentes no chão», afirmou. Neste périplo, Teixeira dos Santos rumou depois à Covilhã para conhecer a Fitecom.

Luis Martins Mudança para a fábrica da Gata só acontecerá quando a conjuntura económica for favorável, disse Pedro Tavares

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        Rodrigues Tavares

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