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Ministro da Saúde visita hospital de Seia a 14 de Novembro

Eduardo Brito diz tratar-se de uma «solução requentada» e não se conforma com o «esquecimento» do projecto da nova unidade de saúde

Luís Filipe Pereira vai visitar as instalações e ver “in loco” as necessidades do Hospital Nossa Senhora da Assunção, em Seia, no próximo dia 14 de Novembro. A garantia foi dada pelo próprio ministro da Saúde perante a forte polémica que envolveu a sua deslocação a apenas dois concelhos do distrito da Guarda, deixando para segundo plano a Guarda e Seia, que desesperam pela resolução do processo que envolve a construção de dois novos hospitais. «Disse que ia visitá-lo e vou cumprir», assegurou o governante, explicando que na última terça-feira não se deslocou àquelas cidades por uma questão de programação da agenda, além de querer ir a Seia com «um pouco mais de tempo». Ainda assim, o governante não garantiu, para já, a viabilização de uma nova unidade hospitalar para a aquela cidade, isto porque no pacote dos 10 hospitais anunciados pelo Governo não consta o de Seia, «que veio depois colocar esta questão», recorda o ministro. «O que eu disse ao presidente da Câmara é que ia ver e falar no local», acrescentou, salientando que se trata de um assunto ainda para analisar e discutir. Uma posição que em nada agradou a Eduardo Brito, que não se conforma com o facto de Luís Filipe Pereira não ter feito mais 10 quilómetros para ir de Gouveia a Seia e dizer em que fase se encontra tão desejado projecto. O autarca diz-se farto de não obter qualquer resposta e reconhece que a visita agendada para 14 de Novembro é uma «solução requentada» perante um «sucessivo conjunto de esquecimentos». «O Grupo de Missão não nos ouve, não nos atende, fizemos uma proposta de localização de terreno e até hoje não disseram nada», lamenta Eduardo Brito. Recorde-se que o edil reuniu há cerca de três semanas com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, tendo também solicitado uma audiência ao presidente do Grupo de Missão para as Parceiras na Saúde, Jorge Abreu Simões, para reafirmar a disponibilidade do município em ceder os terrenos para a construção do novo edifício, «uma vez que os novos hospitais com terrenos disponíveis são encarados de forma prioritária», disse.

Todavia, esta unidade hospitalar não consta da lista das 10 anunciadas pelo Governo para serem lançadas até ao final da legislatura, o que poderá comprometer a sua concretização. Insatisfeito com tanto silêncio, Eduardo Brito chega mesmo a chamar o Governador Civil “à pedra”, acusando-o de «deixar esquecer» um concelho como o de Seia. O autarca quer mesmo saber se Joaquim Lacerda entende que esta «marginalização» e «esquecimento» a que o concelho «está a ser votado é bom para a afirmação do seu distrito». Do mesmo modo, lembra a atitude de Ana Manso, deputada na Assembleia da República pelo círculo da Guarda, que fez de Seia, aquando da campanha eleitoral, «um palco para a sua afirmação política, mas esqueceu-se da questão do hospital, para não referir outras situações», denuncia Brito, para quem parece haver uma «estratégia para esquecer o hospital de Seia e poderem surgir outras situações». O edil pede, de resto, a solidariedade dos conterrâneos para continuarem a reivindicar um novo hospital, já que a sobrelotação de doentes e a degradação das instalações têm sido a “marca” do Nossa Senhora da Assunção dos últimos anos, que tem conseguido autênticos “milagres” na prestação de cuidados de saúde. Recorde-se que Luís Filipe Pereira prometeu decidir sobre a construção ou não do novo hospital senense até ao passado mês de Setembro.

Quanto à problemática do Conselho de Administração da actual unidade de saúde, que Eduardo Brito considera dever manter-se em Seia para dar continuidade ao trabalho «meritório e de grande dinamismo que tem vindo a ser desenvolvido», o ministro passou a “pasta” a Fernando de Andrade. O presidente da ARS Centro disse que a situação está a ser analisada, numa altura em que estão a ser nomeados os novos CA, face à legislação em vigor desde 1 de Setembro último, que «obriga a um novo esforço». O responsável referiu ainda que está a ser avaliado o plano de actividades e toda a organização do hospital para averiguar se «as pessoas estão ou não dispostas para este novo trabalho e desafio», entre elas a própria direcção do hospital.

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