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Ministro aconselha agricultores a «aprenderem a negociar preços»

Jaime Silva considera que o futuro da agricultura está na agro-indústria

O futuro da agricultura portuguesa depende da agro-indústria e da capacidade dos produtores se unirem e «aprenderem a negociar preços», defende o ministro da Agricultura. Jaime Silva visitou, na última segunda-feira, na Covilhã, a fábrica de preparados de fruta Frulact, que exporta 90 por cento da sua produção e que apontou como exemplo a seguir.

«Tomáramos nós ter mais Frulacts pelo país», afirmou, reconhecendo que Portugal nunca encarou que «a sustentabilidade da produção primária passa por uma forte agro-indústria». Segundo o ministro, este sector é «uma nova procura para os produtores, que acrescenta valor aos produtos e depois, ao exportar, devolve riqueza ao país». Por isso, este conceito é agora «condição fundamental» para ser classificado como projecto de interesse relevante e beneficiar de apoios financeiros majorados. Confrontado com os recentes protestos promovidos pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o ministro aconselhou os agricultores «a unirem-se e a aprender a negociar preços» como resposta ao aumento dos combustíveis, mas também para a comercialização dos seus produtos.

«A CNA devia pensar porque é que os portugueses pagam pão, fruta e leite mais caro e os agricultores ganham o mesmo. Alguém está a ganhar porque os agricultores não estão organizados, não têm oferta para negociar com os supermercados», afirmou. De resto, Jaime Silva lembrou que os agricultores já pagam «menos 30 por cento pelo gasóleo que qualquer cidadão» e que 105 mil profissionais receberam indemnizações compensatórias «que este Governo subiu de 150 para 300 euros».

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